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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h13.
O crescimento econômico brasileiro é uma volta à normalidade. O diagnóstico é de Eduardo Giannetti da Fonseca, professor da Faculdade de Economia da USP e do Ibmec, homenageado nesta sexta-feira (13/8) pela Ordem dos Economistas de São Paulo, junto com Lázaro Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco. "A redução do juro primário permitiu o uso de capital produtivo já existente", afirma.
Em sua opinião, o nível de investimento em capital físico bruto - construção civil e máquinas e equipamentos -, que permanece entre 18% e 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB), não permite que se vislumbre um crescimento anual do produto que supere 3% a 4% no médio prazo. "Não teremos nada além da fase gostosa de recuperação cíclica." O economista também aponta fragilidades em relação à constituição de capital humano, indispensável para o crescimento sustentado. "Não existe um bom indicador para este tipo de capital, mas os indícios são de insuficiência."
Para Brandão, do Bradesco, o receio inicial com o que o PT pregava durante a campanha eleitoral foi superado pela constatação de que, no que diz respeito à economia, o governo Lula seguiu a linha do antecessor, "até com mais rigor".
Destacando os resultados da balança comercial, Brandão citou gargalos que podem atrapalhar a curva de crescimento da economia brasileira a partir de agora. Além da infra-estrutura - que pode ser impulsionada com a aprovação do projeto das Parcerias Público-Privadas -, há a informalidade, alimentada, em sua avaliação, pelo peso dos tributos sobre a folha salarial. "Este gargalo da informalidade tem sido tratado com descaso pelo governo", afirma.