Economia

Após altas em 2022, "inflação do miojo" cai em março; veja outros alimentos com preço menor

Inflação da alimentação em domicílio teve queda de 0,14% no IPCA de março, mostrou o IBGE nesta terça-feira

Macarrão instantâneo: queda de quase 2% no preço em março (MirageC/Getty Images)

Macarrão instantâneo: queda de quase 2% no preço em março (MirageC/Getty Images)

Carolina Riveira
Carolina Riveira

Repórter de Economia e Mundo

Publicado em 11 de abril de 2023 às 12h39.

Última atualização em 11 de abril de 2023 às 12h49.

Em meio à desaceleração da inflação brasileira em março, uma série de alimentos teve queda nos preços no mês, da batata às carnes. Na lista, um dos itens que se destacaram foi o macarrão instantâneo, ou "miojo", que ficou quase 2% mais barato em março após um ano de altas bruscas em 2022.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 11, em meio ao resultado de março do IPCA, principal índice inflacionário brasileiro.

  • O miojo teve queda de 1,96% no preço em março;
  • A variação ficou abaixo da inflação brasileira, que subiu 0,71% no mês no IPCA. 

Por outro lado, devido às altas de preço no ano passado, o macarrão instantâneo segue com preço acima da inflação no acumulado anual.

  • Nos últimos 12 meses até março, o preço do miojo subiu quase 18% (até fevereiro, antes da queda de preço, a alta era ainda maior, de 25%);
  • A inflação brasileira nos últimos 12 meses até março subiu menos, 4,65%.

No mês, outros itens com variação nos preços abaixo da inflação foram os subgrupos "Tubérculos, raízes e legumes" (queda de 3,92%), "Óleos e gorduras" (queda de 2,54%) e "Carnes" (queda de 1,06%).

Dentre os alimentos, a batata-inglesa teve a maior queda de preço no mês, de 12,8%.

O macarrão instantâneo é um dos itens da cesta básica e tem peso pequeno, de 0,032%, no total do IPCA (na medição da inflação brasileira, cada produto ou serviço pesquisado tem um peso, a depender de sua importância na cesta geral medida pelo IBGE). Já o macarrão comum tem peso maior, de pouco menos de 0,17%. Ao todo, o grupo de alimentação e bebidas tem peso de quase 22% no índice que mede a inflação.

Em 2022, o preço do macarrão instantâneo, assim como o de outras massas, foi impactado por fatores como a alta do trigo (em meio a frentes como a guerra na Ucrânia, uma das produtoras do grão) e o patamar alto do dólar.

Queda no preço dos alimentos em março

O grupo "Alimentação e bebidas" desacelerou em março. O grupo teve alta pequena, de 0,05%, e desacelerando frente aos 0,16% de fevereiro.

A variação baixa foi puxada pela queda em alimentação em domicílio, que continuou movimento de desaceleração visto nos últimos meses e caiu 0,14% em março (após alta de 0,04% em fevereiro).

Dentre as principais quedas, de itens com maior peso no IPCA, os destaques foram:

  • A batata-inglesa caiu 12,80%;
  • O óleo de soja caiu 4,01%;
  • A cebola caiu 7,23%;
  • O tomate caiu 4,02%;
  • As carnes caíram 1,06% no mês.

As principais altas ficaram por conta de produtos como cenoura (28,58%) e ovo de galinha (7,64%).

a inflação da alimentação fora de casa acelerou, variando 0,60% (acima dos 0,50% de fevereiro). O lanche subiu 1,09% e a refeição subiu 0,41%.

Acompanhe tudo sobre:InflaçãoIPCAAlimentos

Mais de Economia

Mau humor do Congresso com bloqueio de emendas atrasa reforma tributária

Reforma Tributária: contas de telefone e internet terão cashback de impostos

Reforma tributária: relator no Senado mantém trava de 26,5% para o IVA

Governo Lula anuncia medidas para aumentar eficiência de estatais federais