Angra 3 deve ter conclusão atrasada por coronavírus, diz Eletronuclear
País tem buscado há décadas terminar as obras da usina de Angra 3, que terá 1,4 gigawatt em capacidade quando em operação
Angra 3: até o momento, 9 bilhões de reais já foram gastos no projeto (Eletrobras/Divulgação)
26 de maio de 2020, 14h39
A menor demanda por energia e a desvalorização do real associadas à pandemia de coronavírus vão empurrar a conclusão da terceira usina nuclear brasileira para 2027, disse à Reuters o presidente da estatal Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras.
O Brasil ainda tem planos de atrair um parceiro para o empreendimento, o que deverá acontecer até 2023, disse o chefe da Eletronuclear, Leonam Guimarães.
O país tem buscado há décadas terminar as obras da usina de Angra 3, que terá 1,4 gigawatt em capacidade quando entrar em operação, e empresas de China, Rússia, França e Coreia do Sul estão entre as candidatas a possíveis parceiras.
A construção, planejada originalmente nos anos 1980 e retomada em 2009, foi paralisada no final de 2015. Agora, a expectativa é de recomeço dos trabalhos ainda neste ano, após um longo atraso causado por dificuldades financeiras da Eletrobras e investigações de corrupção.
Até o momento, 9 bilhões de reais já foram gastos no projeto.
"Estamos falando de um atraso pequeno, de novembro de 2026 para o ano seguinte", disse Guimarães, em entrevista na quinta-feira.
Ele citou, no entanto, algumas incertezas que devem impactar o empreendimento, como a "brutal" queda no consumo de energia causada pela pandemia de coronavírus, de entre 10% e 15%, que gera dúvidas sobre a demanda futura.
Ele também falou de impactos cambiais, mas disse que estes devem ser relativamente pequenos porque apenas 35% do investimento necessário na usina será em moeda estrangeira — custos referentes à tecnologia da Framatome, da francesa EDF, a ser pagos em euros.
Uma importante reunião do Conselho da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI) que discutiria o modelo de negócios para retomada de Angra 3 em 25 de março foi suspensa devido à pandemia.
Assim, o modelo, que está sob responsabilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ainda está pendente de aprovação.
Mas a Eletrobras aprovou a manutenção de um investimento de 1 bilhão de reais em Angra 3 neste ano, para permitir a retomada das obras e para tornar o projeto mais atrativo para um parceiro, disse Guimarães.
Pelo modelo de negócios hoje em discussão, um sócio privado entraria com cerca de 20% do investimento necessário.
"É muito mais fácil atrair parceiros para um projeto que está andando do que para um que está paralisado", apontou ele.
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