Acompanhe:

Alguns analistas apostam em dólar a R$ 3,00 após reforma da Previdência

Apostas mais otimistas também dependem de cenário externo, mas mesmo uma apreciação modesta do real poderá ser suficiente para o BC cortar a Selic

Modo escuro

Continua após a publicidade
Mesmo com reforma, valor do dólar pode se sustentar diante dos riscos externos (Uelder-ferreira/Thinkstock)

Mesmo com reforma, valor do dólar pode se sustentar diante dos riscos externos (Uelder-ferreira/Thinkstock)

J
Josue Leonel, da Bloomberg

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às, 16h34.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às, 16h38.

O abandono das apostas em corte de juros depois do comunicado conservador do Copom poderá não ser definitivo caso se confirme a esperada mudança da Previdência.

A aprovação de uma reforma ampla poderia fortalecer o real e ajudar na consolidação dos níveis mais baixos para a inflação e a taxa de juros vistos nos últimos dois anos. Na ausência de guinadas externas ou internas, a volta das apostas no corte da Selic poderá ser inevitável.

Alguns analistas veem espaço para o dólar cair ao patamar de R$ 3,00 com a reforma, o que poderia derrubar as projeções de inflação, que hoje consideram um câmbio a R$ 3,70.

Essas apostas mais otimistas sobre o câmbio dependem também do Fed e outros fatores externos, mas mesmo uma apreciação modesta do real poderá ser suficiente para o BC cortar a Selic com a aprovação de uma reforma que garanta o equilíbrio fiscal.

A Previdência deve consolidar um processo que vem ocorrendo desde o governo Temer, quando a aprovação de mudanças como a reforma trabalhista ajudou a reduzir o patamar da inflação brasileira e o juro neutro, diz José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.

“O regime inflacionário brasileiro mudou”, diz, acrescentando que o repique inflacionário de 2018 foi o primeiro em que não se viu uma contaminação dos preços dos serviços.

Alguns economistas que descartam o corte de juros mesmo com a reforma aprovada usam como argumento o crescimento da economia, que poderia se acelerar, e o dólar, que pode se sustentar diante dos riscos externos.

O crescimento do PIB, porém, teria de ser muito vigoroso para reviver a pressão inflacionária numa economia com desemprego ainda acima de 11%.

Camargo pondera que a inflação tem ficado menos sensível ao câmbio, que acompanhou a maioria dos momentos de pressão inflacionária no Brasil no passado.

O economista lembra que, no ano passado, mesmo com o dólar passando de R$ 4,00 num momento de choques externos e greve dos caminhoneiros, o IPCA subiu para pouco mais de 4% em 12 meses e não sustentou este nível até o fim do ano, muito abaixo da taxa de dois dígitos vista em outras crises.

Camargo concorda com a postura cautelosa do BC, que jogou água fria nas apostas de cortes de juros no curto prazo, pois ainda há dúvidas sobre a reforma.

Aprovada uma proposta ampla, porém, ele prevê que taxa de juros neutra do país vai se reduzir ainda mais diante do patamar menor da inflação e o BC terá espaço para retomar os cortes da Selic, que fecharia o ano em 6%.

Últimas Notícias

Ver mais
Galípolo: Resiliência no consumo deve persistir com Bolsa Família e queda da inflação
Economia

Galípolo: Resiliência no consumo deve persistir com Bolsa Família e queda da inflação

Há 15 horas

Dólar hoje: fechou em queda com investidores à espera dos dados de emprego no Brasil
seloMercados

Dólar hoje: fechou em queda com investidores à espera dos dados de emprego no Brasil

Há um dia

Houve progressos em prioridades de governo, sobretudo na inflação, diz premiê do Reino Unido
Economia

Houve progressos em prioridades de governo, sobretudo na inflação, diz premiê do Reino Unido

Há um dia

Ovos de Páscoa estão 10,3% mais caros este ano, aponta Fipe
Economia

Ovos de Páscoa estão 10,3% mais caros este ano, aponta Fipe

Há um dia

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais