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Agricultura de precisão ganha espaço no país

A técnica é utilizada hoje por pouco mais da metade (53%) dos produtores no país

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	Colheita da agricultura: a idade média dos que utilizam a agricultura de precisão é de 35,5 anos, ante 39,3 anos na agricultura tradicional (Adalberto Roque/AFP)

Colheita da agricultura: a idade média dos que utilizam a agricultura de precisão é de 35,5 anos, ante 39,3 anos na agricultura tradicional (Adalberto Roque/AFP)

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Anna Carolina Papp

Publicado em 15 de maio de 2014, 10h02.

São Paulo - Vital para o aumento de produtividade, redução de custos e impactos ambientais no agronegócio, a "agricultura de precisão" é utilizada hoje por pouco mais da metade (53%) dos produtores no País.

Segundo pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a técnica, que consiste na aplicação direcionada de insumos levando em conta as diferenças em cada ponto da lavoura, é utilizada por produtores jovens, mais instruídos, adeptos à tecnologia e que cultivam grandes extensões de terra.

Para o estudo, elaborado a partir de uma série de seminários sobre o tema realizada pelo Senar entre setembro e novembro de 2012, foram entrevistados 301 produtores de polos agrícolas em nove Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

"A agricultura de precisão é associada a grandes máquinas, mas não é só isso. A técnica consiste em entender a variabilidade espacial do campo", diz o professor Ricardo Inamasu, do Embrapa, um dos coordenadores do estudo.

"A função da técnica é, com o mapeamento do solo, tirar o melhor proveito dessa variabilidade, aplicando insumos de acordo com a necessidade de cada ponto", diz.

Já o sistema convencional, explica ele, trata a lavoura de maneira uniforme, o que leva a desperdícios e potencializa o impacto ambiental.

Perfil

A idade média dos que utilizam a agricultura de precisão é de 35,5 anos, ante 39,3 anos na agricultura tradicional.

Os adeptos da técnica também possuem grau mais alto de escolaridade - 43,1% com ensino superior e 18,8% com pós-graduação - e maior renda - 38% ganham acima de dez salários mínimos.

Já a maioria dos produtores no sistema convencional (34%) tem renda entre cinco e dez salários mínimos.

De acordo com o estudo, as maiores escalas de produção tendem a favorecer a adoção de tecnologias de agricultura de precisão. O uso da técnica, portanto, é mais frequente nas culturas de soja e milho (82%).

A maioria dos adeptos realiza amostragem "espacializada" do solo (72%) para mapeamento da lavoura, sendo que em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais esse valor está acima de 80%.

A agricultura de precisão é utilizada sobretudo na aplicação de corretivos de solo e adubação.

"Hoje, muitos produtores adubam a área toda da mesma forma, e aí um lado talvez produza mais do que o outro", afirma Patrícia Machado, coordenadora de projetos e programas especiais do Senar.

"Com uma simples análise de solo, o agricultor já economiza em termos de quantidade de produtos e de custos."

Apesar de a adoção de agricultura de precisão nos diversos setores do agronegócio brasileiro estar em descompasso com o ritmo de expansão da produção, a percepção dos entrevistados é otimista em relação à popularização das técnicas.

Para 84% dos que hoje adotam o sistema convencional, a agricultura de precisão será em breve uma realidade em sua região - para 47,5% deles, ainda nos próximos cinco anos.

"Hoje, o custo para monitoramento e maquinário é um grande entrave, mas também há muita falta de conhecimento. A academia precisa auxiliar um pouco mais na disseminação de informação sobre o assunto, pois essa gestão pode trazer um ganho de produtividade muito grande ao produtor, além de redução de custos e impacto ambiental", afirma.

Dentre os usuários da agricultura de precisão, 93,8% afirmaram ter tido ganho de produtividade.

Para Flávio Faedo, produtor de soja, milho e feijão em Rio Verde, Goiás, o investimento em mapeamento via satélite e em equipamentos que fazem a distribuição direcionada de insumos valeu a pena.

"Gasto R$ 30 por hectare para fazer o mapeamento do solo, e investi R$ 50 mil para comprar os monitores e bombas de óleo para a as máquinas. Mas vale, porque a produtividade cresce a cada ano, já aumentou 20%", diz o agricultor de 54 anos, formado em administração rural.

"Só colocamos o que o solo precisa e onde precisa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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