Criptoativos

JPMorgan testa criptomoeda própria e prevê economia bilionária

Aumentar a eficiência e reduzir custos com remessas internacionais são os principais objetivos do banco de investimentos com a JPM Coin

Sede do JPMorgan  (Mike Segar/File Photo/Reuters)

Sede do JPMorgan (Mike Segar/File Photo/Reuters)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 11h33.

Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 17h37.

A moeda digital JPM Coin, desenvolvida pelo banco de investimentos JPMorgan Chase, começou a ser testada nesta semana, com um cliente não identificado, e o sucesso da operação motivou a empresa a ir além e criar um departamento exclusivo para desenvolvimento de projetos blockchain, o Onyx.

A informação foi divulgada por Takis Georgakopoulos, diretor global de pagamentos do banco, em entrevista à CNBC.

“Lançamos o Onyx porque acreditamos que estamos mudando para um período de comercialização dessas tecnologias, passando de pesquisa e desenvolvimento para algo que pode se tornar um negócio real”, disse.

Desde sua popularização, a tecnologia blockchain chama a atenção por abrir um leque de possibilidades para diversas indústrias. Apesar de ter atraído bilhões de dólares de investimentos, até o momento poucas iniciativas apresentaram resultados concretos em larga escala. Mas isso pode estar a ponto de mudar.

A utilização do blockchain em projetos institucionais de larga escala — como é o caso da JPM Coin, ou da recente iniciativa do PayPal de oferecer suporte a criptomoedas — podem levar a tecnologia a um novo patamar.

Confuso com os termos do mercado de criptomoedas e com dificuldades para entender esse universo que deve ser parte fundamental do futuro do dinheiro? Conheça a EXAME Research!

Blockchain pode gerar economia bilionária

Com a JPM Coin, o JPMorgan Chase pretende resolver problemas relacionados principalmente ao envio de remessas internacionais, e a solução pode, segundo Georgakopoulos, promover a economia de centenas de milhões de dólares. Para se ter ideia da dimensão do projeto, o JPMorgan movimenta cerca de 6 trilhões de dólares por dia entre mais de cem países.

Em remessas internacionais, que dependem de uma complexa rede global de bancos correspondentes, os pagamentos às vezes são rejeitados por erros nas informações da conta ou outros problemas. O processamento de cheques, que depende de um esforço manual gigantesco, também tem custo elevado.

A JPM Coin, e o uso da tecnologia blockchain de forma geral, pode não apenas gerar enorme economia, como agilizar todo o processo.

"Estamos falando de centenas de milhões de cheques sendo enviados", disse Georgakopoulos. "Se os pagamentos feitos com cheques forem substituídos pelo blockchain, podemos gerar uma economia de até 75% no custo da operação, além de disponibilizar os valores instantaneamente, e não depois de dias".

Apesar de não informar a empresa escolhida para o primeiro teste com a JPM Coin, o CEO do recém-lançado Onyx, Umar Farroq, diz que diversos projetos blockchain serão lançados comercialmente pela companhia já nos próximos meses.

Acompanhe tudo sobre:BlockchainCriptomoedasJPMorgan

Mais de Criptoativos

Trump anuncia NFTs colecionáveis de si mesmo

Criptomoedas: o que muda com a regulamentação das moedas virtuais aprovada pelo Congresso

Estado de Nova York proíbe 'mineração' de criptomoedas; entenda

Mineradores de Bitcoin serão desligados da rede em caso de crise energética, diz União Europeia