Sem saber programação, empreendedora cria escola na área e hoje fatura R$ 2 milhões
Raffaella Marchese, da Código Kid, percebeu oportunidade de negócio, investiu R$ 30 mil e largou o emprego para se dedicar à própria empresa
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A escola de programação Código Kid foi criada com um investimento inicial de R$ 30 mil, e hoje registra faturamento anual de R$ 2 milhões (Código Kid/Divulgação)

Publicado em 3 de abril de 2023, 07h30.
Última atualização em 5 de maio de 2023, 15h45.
Sabe aquela dor que uma pessoa sente no dia a dia da sua vida e, por ter uma veia empreendedora, acaba criando uma empresa para solucionar esse problema? Pois foi justamente esse olhar que fez Raffaella Marchese, hoje com 30 anos, deixar o emprego para abrir o próprio negócio.
Formada em economia, ela trabalhava na área administrativa e financeira de uma varejista. A empresa queria expandir as vendas online, se dedicar mais ao marketing digital e ter boas ferramentas de controle e performance para usar dados e melhorar os resultados. Para isso, começou a buscar gente de tecnologia no mercado, e se deparou com a dificuldade para contratar esses profissionais.
“Eu passei a perceber uma grande dificuldade em encontrar mão de obra qualificada na área de TI”, explica. Para solucionar o problema, a empresa passou a contratar profissionais jovens, mesmo sem a qualificação ideal, e deu início a um programa interno de capacitação.
Depois de dois anos nesse processo, Marchese notou uma oportunidade nesse cenário. Acompanhando de perto a experiência de ensinar programação básica aos jovens aprendizes da companhia, o que era feito por um programador experiente, ela desenvolveu um material didático lúdico para ensinar crianças e adolescentes.
Em 2017, cria a Código Kid, uma escola de programação para os pequenos, sediada em Campinas, no interior paulista.
Logo Raffaella incluiu novos cursos no portfólio, como robótica, formação de youtuber e de desenvolvimento de apps. Isso tudo sem saber, ela mesma, programação. “Eu não aprendi programação. Como empreendedora, apenas percebi essa movimentação e também o espaço que havia no mercado. Não é necessário ser um programador ou um profundo conhecedor de tecnologia para investir nessa área. Precisamos apenas das ferramentas corretas para conduzir o processo”.
Ela explica que o universo da programação não para nunca, já que novas linguagens e formas de trabalho surgem a todo momento. “Estamos sempre atentos a isso, porém, existe uma base que a todos pode ser ensinada. E pensando no ensino de crianças, começaríamos por aquilo que era básico e mais lógico. Assim, oferecemos o prato principal que será a formação primária desses alunos. Aqueles que quiserem se aprofundar, terão uma facilidade infinitamente maior do que outros que não tiveram acesso a isso.”
A empreendedora, que investiu R$ 30 mil na Código Kid, montou uma estrutura enxuta com um professor e iniciou o projeto. O dinheiro foi gasto em estrutura, oito notebooks, material para o curso de robótica e marketing. “No dia da inauguração já tínhamos alunos matriculados”, conta.
Aos poucos o negócio foi tomando mais corpo. “Fomos profissionalizando ainda mais tudo que podíamos”, diz. “Em pouco tempo, fechamos parceria com uma empresa educacional conceituada, criamos materiais interativos, com plataforma gameficada, aumentamos a quantidade de cursos ofertados.
Saímos da bolha da programação e alcançamos alguns outros nichos dentro da tecnologia.”
Hoje a escola oferece mais de 30 cursos, e lançou recentemente um curso de inglês em parceria com a rede Skill. Os cursos são presenciais ou online.
Para crescer, Marchese optou pelo formato de licenciamento, que se parece ao modelo de franquias, mas tem particularidades. “A principal diferença e motivo pelo qual optamos pelo licenciamento é a maior liberdade de atuação dos nossos licenciados”, diz a empreendedora.
“O modelo de franquia acaba por ser muito ‘travado’, é necessário seguir à risca alguns procedimentos. O Brasil é um país muito grande com muitas diferenças regionais. Queríamos que os nossos licenciados pudessem replicar com facilidade nosso modelo aprovado de negócio, mas que também tivessem a autonomia e possibilidade de fazer as adequações que fossem necessárias ao negócio, conforme a sua região.”
Com mais de 150 unidades espalhadas pelo Brasil, a Código Kid faturou R$ 2 milhões em 2022, o dobro da receita alcançada em 2021. “2022 tornou-se o melhor ano da marca e a projeção é ainda mais ousada para 2023”, revela.
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