Pessoas físicas batem recorde na B3; veja quem são elas e em que estão investindo
Com mais de 5 milhões de CPFs cadastrados, bolsa bate meta de 2014; números seguem crescendo, mas desigualdade de gênero ainda é um ponto de atenção
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(Eva Katalin/Getty Images)
Publicado em 3 de março de 2023, 08h00.
Última atualização em 6 de março de 2023, 12h14.
A B3 começou o ano de 2023 registrando recordes de investidores pessoas físicas. Em dezembro, a principal bolsa de valores do Brasil bateu a marca de 5 milhões de CPFs cadastrados e, em fevereiro, passou dos 6 milhões de contas abertas em corretoras. Em comparação com os dados de janeiro de 2021, houve um aumento de 23,3% nos CPFs cadastrados e de 21,1% no número de contas - cada CPF pode ter mais de uma conta em diferentes corretoras.
Em um passado não muito distante esse crescimento já foi muito maior, chegando a incríveis 104,7%, em 2019, o que mostra uma desaceleração na expansão do número de investidores. Mas ainda assim, os motivos para comemorar são muitos. Além de ser uma meta antiga da B3 - que em 2009 pretendia chegar nesse patamar em 2014 -, os 5 milhões de CPFs representam uma maior abertura do público brasileiro a investimentos mais sofisticados e rentáveis do que a poupança.
“Os números mostram que o brasileiro continua buscando oportunidades e diversificação de investimentos, seja em produtos de bolsa ou de renda fixa. Milhões de pessoas já começaram a diversificar sua carteira para além da tradicional poupança, e ainda há um enorme potencial no país nesse sentido”, avalia Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3. Ao final do T322, a bolsa também realizou um estudo para entender em que esse investidor pessoa física aloca seus recursos.
Entre o 3T21 e o 3T22, o número de pessoas físicas investindo em renda variável saltou 35%, de 3,3 milhões para 4,6 milhões. No mesmo período, a participação desse grupo em produtos de renda fixa também cresceu, de 9,6 para 12,6 milhões de pessoas investindo. Só no Tesouro Direto, já são mais de 2,1 milhões de CPFs - o que representa uma alta de 25% no período. Com isso, as pessoas físicas representam 16% de todo o volume negociado no mercado à vista na B3.
“O estudo mostrou, mais uma vez, que os investidores têm alocado seu dinheiro em diferentes classes de produtos, como renda fixa, ações, Tesouro Direto e fundos, como Fiagros, além de possuírem uma carteira de ações com um número maior de ativos”, explica Paiva. “A diversificação é uma aliada de pessoas cada vez mais atentas ao movimento de “sobe e desce” do mercado financeiro.”
Os Fiagros citados pelo diretor da B3 foram lançados em março de 2021 e funcionam de maneira bastante parecida com os fundos imobiliários - só que direcionando os seus recursos para o agronegócio. Em outubro, 91% (R$ 4,2 bilhões) do seu saldo do saldo dos Fiagros estavam nas mãos de investidores pessoas físicas, com um saldo mediano de R$4 mil.
Antes restritos aos investidores qualificados, desde outubro de 2020 os BDRs ficaram disponíveis também para pessoas físicas, fazendo deles o produto de renda variável que mais ganhou novos adeptos recentemente. Entre o 3T21 e o 3T22, o número de investidores com BDRs na carteira saltou de 306 mil para 1,5 milhão - um aumento de 380%.
Homens do Sudeste ainda são maioria
O número de mulheres investindo na B3 aumentou 16,3% em 2022, chegando a 1,34 milhão, mas o “share” delas ainda é pequeno: apenas 23% das contas habilitadas, conta 77% no caso dos homens. Independentemente do gênero, a maioria (57,7%) desses investidores se concentra no sudeste, principalmente nos estados de SP e MG. 61% desses investidores têm entre 26 e 35 anos.
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