Por que as mulheres ainda são minoria entre os investidores?
Apesar de ainda não se igualarem aos homens, número tem crescido e carteira feminina se tornado mais diversificada
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Um terço das mulheres entrevistadas afirmam investir parte de seus rendimentos (Klaus Vedfelt/Getty Images)
Publicado em 9 de março de 2023, 07h30.
Última atualização em 9 de março de 2023, 10h35.
As mulheres ainda investem menos do que os homens, mas o número tem crescido. Essa é uma das conclusões da sexta edição do “Raio-X do Investidor Brasileiro”, levantamento produzido anualmente pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha.
Entre as mulheres, 33% das entrevistadas dizem investir. Entre os homens, esse número sobe para 40%. Os dados, referentes a 2022, englobam mais de 5 mil entrevistas e ainda estão em análise, mas algumas informações foram antecipadas para EXAME. Em relação a 2021, houve um aumento de cinco pontos percentuais entre as mulheres investidoras. Entre os homens o aumento foi de seis pontos percentuais.
“Ainda temos uma realidade socioeconômica que faz com que as mulheres, em média, recebam salários menores do que os homens e tenham que dedicar mais tempo à família”, afirma Marcelo Billi, superintendente de educação da Anbima, explicando as razões pelas quais as mulheres são minoria entre os investidores.
Perfil da mulher investidora
O levantamento da Anbima mostra que mulheres pretas e pardas são maioria, 53%, ao passo que 41% das investidoras são brancas. A faixa etária está concentrada entre 35 e 44 anos (23%) e entre 45 e 59 anos (25%).
Entre as respondentes que investem, 44% têm ensino médio e 35% têm o ensino superior. Metade delas (50%) pertence à classe C. A proporção de casadas (41%) e solteiras (40%) é semelhante e 70% têm filhos. A maioria é do Sudeste (51%), seguido de Nordeste (18%), Sul (15%), Centro-Oeste (10%) e Norte (6%).
Mulheres preferem investimentos mais seguros
A superintendente de educação da B3, Christianne Bariquelli, afirma que as mulheres ainda são minoria na bolsa de valores, mas começam investindo mais. “Há um dado interessante que mostra que o valor que elas aportam, em média, em seu primeiro investimento é relativamente maior, acima de R$ 250. O dos homens gira em torno de R$ 50 a R$ 100”.
Uma das hipóteses para esse fato, explica Bariquelli, é que as mulheres tendem a correr menos riscos e se preparar mais, inclusive poupando mais antes de investir. Prova disso, ela diz, é que no Tesouro Direto, aplicação considerada mais segura, a participação feminina sobe para 38% e a mediana do primeiro investimento das mulheres é R$ 890, quase o dobro da dos homens, de R$ 483.
“As mulheres, já responsáveis pela gestão de boa parte dos lares brasileiros, estão também ocupando novos espaços no mercado de trabalho. Esse movimento é muito positivo e pode se refletir em um maior equilíbrio nos investimentos ao longo dos anos”, afirma.
Um levantamento da B3 mostrou que 25% dos investidores da Bolsa são mulheres – percentual que se mantém estável, com pequenas variações, há cerca de dez anos. O que vem mudando é a forma como as mulheres aplicam seu dinheiro. Em 2016, 75% das investidoras possuíam apenas ações, hoje esse número está em 38%, com aumento considerável de mulheres investindo em fundos imobiliários (FIIs) e certificados de depósito de valores mobiliários (BDRs) – uma mostra de que a carteira feminina está mais diversificada.
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