Como investir em títulos públicos?
Saiba como é possível ter rentabilidade emprestando dinheiro ao governo
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Market share, financial concept. Art collage. (SvetaZi/Getty Images)

Publicado em 17 de maio de 2023, 07h30.
Do ponto de vista do investidor, entender o que são títulos públicos gera uma opção de baixíssimo risco, bastante acessível e com rentabilidade atrativa em alguns momentos da economia. Esse tipo de investimento pode ser feito a partir de valores baixos, com pelo menos R$ 30.
O governo conta com os títulos públicos como uma forma de ir ao mercado e se financiar. Além disso, a compra e revenda desses títulos é uma das ferramentas do Banco Central, para tentar controlar a taxa básica de juros (Selic). Veja a seguir o que é título público e como investir.
O que são títulos públicos?
Os títulos públicos são contratos de dívidas do governo federal emitidos pela secretaria do Tesouro Nacional.
Em outras palavras, ao comprar título público, o investidor está emprestando dinheiro para o governo. Os recursos arrecadados com esses títulos são utilizados para financiamento público e cobertura de déficit.
Mas além de entender a definição desse tipo de investimento, é importante ter conhecimento sobre como é feita a venda primária de títulos públicos.
O mercado primário, ou primeira oferta de títulos, é um mercado exclusivo para instituições financeiras, que estejam previamente regulamentadas e autorizadas a participar desses leilões de títulos públicos.
Dessa forma, todo esse processo ocorre por meio de leilões organizados pelo Tesouro Nacional, onde são definidos prazos, taxas e formas de remuneração, valor mínimo e quantidade de títulos disponíveis.
Com isso, as instituições financeiras enviam suas propostas e se comprometem a comprar uma determinada quantidade ou não.
Após esse processo, os títulos estão disponíveis no mercado secundário. Esse mercado é o que garante liquidez ao investidor. Como o próprio tesouro garante a recompra desses títulos a valor de mercado, pode se dizer que em termos de liquidez, os títulos públicos são bastante interessantes.
Como funciona o Tesouro Selic
O Tesouro Selic é o título mais conservador disponível no mercado, pois além do risco soberano, ou seja, o risco de calote por parte do governo ser extremamente baixo, o título possui baixa volatilidade. Ele representa, ao mesmo tempo, a taxa de juros básica da economia do país.
Além disso, por ser um título pós-fixado, este título paga a variação da taxa de juros no período carregado, além de possuir rentabilidade diária. Sendo assim, por conta de sua liquidez diária, o Tesouro Selic é uma opção interessante quando se considera a construção de uma reserva de emergência.
Como funciona o Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é o título público indexado ao IPCA, diferente do Tesouro Selic. Embora tenha uma parte pós-fixada, esse título possui uma parte pré-fixada. Nesse sentido, é considerado um título de juro real, dado que paga a inflação (IPCA) do período mais uma taxa acordada no momento de negociação do título.
Em outras palavras, esse título é indexado à inflação oficial do país, sendo uma opção relevante para aqueles investidores que buscam proteção do capital, por se tratar de ganhos reais. Esse é um título de mais baixo risco associado do que a LTN.
Além disso, assim como o Tesouro Selic, o Tesouro IPCA+ possui possibilidade de resgate antecipado, onde o investidor pode obter ganhos mais interessantes ou até mesmo perdas expressivas, devido à marcação a mercado.
Como funciona a Letra do Tesouro Nacional (LTN)
O tesouro prefixado, também conhecido como Letras do Tesouro Nacional (LTN), é o título público pré-fixado do tesouro. Ou seja, o investidor sabe as regras de remuneração para a data de vencimento do papel exatamente no momento da aplicação.
Para este título, os fatores que afetam seu preço são somente o tempo que falta para o seu vencimento e a taxa de juros aplicada no começo. Contudo, assim como os demais títulos do tesouro, em caso de resgate antecipado do contrato, o investidor fica sujeito ao preço de mercado do título.
Em outras palavras, caso a taxa de juros negociada no mercado aumente, o valor do título comprado cai, devido à natureza de sua precificação. Contudo, caso o título seja levado até o vencimento, a rentabilidade contratada é a rentabilidade definitiva da aplicação.
Como funcionam os novos títulos do Tesouro Renda+
Além dos títulos bastante tradicionais já bastante conhecidos, o Tesouro lançou recentemente o Renda+. Na prática, são os mesmos títulos já abordados com características voltadas para objetivos como aposentadoria ou mesmo para alguma outra meta de longo prazo.
No Tesouro Renda+ o investidor pode resgatar o investimento em 240 parcelas, recebendo um valor mensal ao longo de 20 anos. Nesse sentido, se trata de uma NTN-B de vencimento longo e cupom mensal.
Dessa forma, o tesouro segue inovando e trazendo mais opções para o investidor planejar seu futuro. Contudo, é sempre bom lembrar que embora os investimentos atrelados ao tesouro sejam classificados como renda fixa.
O investidor pode perder dinheiro em caso de resgate antecipado devido à marcação a mercado. Portanto, é importante estudar bastante antes de realizar qualquer tipo de aplicação.
Como investir em títulos públicos
O investimento em títulos públicos pode ser feito por meio de uma corretora, banco ou pelo Programa do Tesouro Direto, que foi desenvolvido pelo Tesouro Nacional, por meio de uma parceria com a B3.
O primeiro passo de como investir em títulos públicos é abrir uma conta em uma instituição financeira, seja um banco ou até mesmo uma corretora. Nesse sentido, é por meio dessa instituição que o investidor pode realizar a compra do título em questão.
Além disso, na própria plataforma é possível verificar as características do título, como, por exemplo, prazo de vencimento, tipo de remuneração e taxas. Feito isso, é preciso transferir recursos para essa instituição. Após a abertura de conta, é possível comprar e vender os títulos através dessa plataforma.
Contudo, é necessário antes realizar uma transferência, são geralmente aceitos TED ou DOC. Vale destacar que, após ter os recursos na instituição, é preciso estudar os títulos a fim de escolher o que melhor se adéqua aos seus objetivos. Dessa forma, analise as características de cada um, antes de efetuar uma ordem de compra.
Escolhido o título, é enviado uma ordem de compra, sua liquidação ocorre em dois dias, em caso de compra.
Contudo, em caso de resgate a liquidação ocorre no dia seguinte, há ainda outra característica importante, se o resgate for feito até as 13 horas, o título pode ainda ser liquidado no mesmo dia. O próprio tesouro estabelece serem necessárias condições “normais” de mercado, para que isso ocorra.
Em suma, liquidado os valores, o título fica disponível em carteira, importante lembrar que os títulos públicos do tesouro ficam atrelados ao CPF. Após a compra, basta acompanhar o desempenho dos títulos.
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