Golpe do cartão por aproximação no bloquinho: mito ou verdade?
Saiba como se proteger dessa crescente ameaça, que pode acabar com a sua folia
Modo escuro
(Carlos Alkmin/Getty Images)
Publicado em 14 de fevereiro de 2023, 08h00.
Em São Paulo, no Rio de Janeiro e em muitas cidades do país, o Carnaval de rua já está por toda parte, mesmo antes do feriado oficial. Há quem ame e quem odeie se espremer em um bloquinho – e há a turma que adora, mas que sai de casa com uma pulga atrás da orelha. Cada vez mais, afinal, o Carnaval de rua nas grandes cidades virou a época preferida de quem ganha a vida aplicando golpes.
Como se não bastassem os roubos e os furtos de smartphones – todo mundo conhece algum folião que já enfrentou alguma dessas dores de cabeça, além da ressaca –, este ano um novo tipo de golpe está ganhando terreno. Envolve um recente e cada vez mais popular meio de pagamento: o cartão de débito ou crédito por aproximação.
Como todo mundo sabe, basta encostar o seu numa maquininha previamente programada pelo vendedor para o seu dinheiro ir embora. O problema é que os larápios também sabem disso. O golpe funcionaria assim: o meliante programa determinada cobrança numa maquininha e se espreme num bloquinho, a esmo, até encostar em alguém que trouxe um cartão por aproximação. Pronto, está consumado o furto.
É um golpe sobre o qual cada vez mais se comenta, o que leva a crer que ele estaria aumentando na mesma proporção que os bloquinhos de rua. É difícil mensurar o tamanho do problema, no entanto. Esse tipo de crime, afinal, costuma ser registrado dentro de categorias mais amplas nas delegacias e boa parte das vítimas não se dá ao trabalho de fazer um B.O.
O Fórum de Segurança Pública, por exemplo, inclui esse golpe na mesma lista de todos os tipos de estelionatos e estelionatos por meio eletrônico. Nela entra tanto o famoso golpe do telefone ou Whatsapp – no qual as vítimas são induzidas a realizar transferências por achar que estão ajudando algum parente – quanto os crimes cometidos por entregadores de comida que digitam o valor errado de propósito na maquininha.
De acordo com o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2022, 1,2 milhão de casos de estelionato e estelionato digital foram registrados em 2021. No ano anterior foram 927 mil.
Mas afinal o tal golpe do cartão por aproximação é mito ou verdade? Com a palavra, Cássia Pinheiro, head de operações da Adyen, plataforma de tecnologia financeira que é utilizada por empresas como Magazine Luiza e McDonald's: “Tecnicamente, esse tipo de golpe é possível de acontecer, mas é muito improvável”.
Já dá para imaginar os porquês. “O fraudador teria que ficar por alguns segundos parado muito próximo ao seu cartão para conseguir processar a transação, o que torna a atitude suspeita”, argumenta a especialista. “Além disso, se o seu cartão estiver na sua carteira, junto com outros cartões, o golpe se torna ainda mais difícil. Isso porque a proximidade de vários cartões pode causar interferência”.
Ela lembra que o pagamento por aproximação não exige que o cartão encoste na maquininha. “O cartão, no entanto, precisa estar muito próximo à máquina e permanecer dessa forma por alguns segundos”, explica a head de operações da Adyen.
Para minimizar os riscos, vale a pena investir em uma daquelas carteiras ou porta-cartões que bloqueiam transações por aproximação. Elas são feitas com fibras de alumínio ou carbono e bloqueiam as ondas de rádio impedindo a comunicação entre o cartão e as maquininhas.
Outra dica é ativar as notificações do seu banco para receber mensagens sempre que seu cartão for utilizado – pelo menos você não será pego de surpresa. A maioria dos aplicativos de banco, por sinal, permite que você desative a modalidade de pagamento por aproximação temporariamente. E, não à toa, os valores permitidos para esse tipo de transação costumam ser baixos.
“Sempre fique atento ao seu redor e, ao fazer uma transação com o seu cartão, nunca o perca de vista e não o entregue para ninguém”, sugere Cássia. “Seja por aproximação ou com leitura de chip, você mesmo deve manusear seu cartão”.
Caso você caia no golpe, há como reaver o dinheiro? As probabilidades são baixas. “O portador deve entrar em contato o mais rápido possível com o banco emissor do cartão e discutir a particularidade daquela fraude”, orienta a especialista da Adyen. A melhor saída, porém, é não dar chances para o azar.
Últimas Notícias
Cinema pela metade do preço? Clientes do Banco PAN agora pagam menos no Kinoplex
Há 2 semanasBrands
Uma palavra dos nossos parceiros
Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.
leia mais