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Startup UnicaInstancia paga R$ 600 para resolver problemas de consumidor com cobrança indevidas

Modelo oferece até R$ 600 para contornar problemas relacionados a compras online e contas de celular, internet, luz, água e TV a cabo; entenda como funciona

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Gilmar Bueno e Sara Raimundo sócios-fundadores da UnicaInstancia (UnicaInstancia/Divulgação)

Gilmar Bueno e Sara Raimundo sócios-fundadores da UnicaInstancia (UnicaInstancia/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2023, 07h30.

Última atualização em 16 de março de 2023, 12h46.

Já aconteceu com todo mundo. Começa com a chegada de uma cobrança indevida na conta do celular ou da TV a cabo. E termina com você grudado no telefone tentando, em vão, resolver o problema ao longo de incontáveis e preciosos minutos. “Tanto o dono de uma cobertura quanto o porteiro do prédio já enfrentaram algo do tipo”, observa Gilmar Bueno, de 30 anos. 

O que é UnicaInstancia?

Formado em engenharia de produção, ele é o fundador da startup carioca UnicaInstancia. Na ativa desde 2020, a empresa resolve problemas relacionados a compras na internet e contas de celular, internet, luz, água e TV a cabo — e paga os consumidores que se dispõe a ajudar. 

Você só precisa cadastrar no site da UnicaInstancia a conta na qual enxerga algum tipo de erro e resumir o problema. Daí basta aguardar 48 horas pela resposta da startup. Se aceitar o caso, ela deposita até R$ 600 na sua conta (o valor varia de acordo com o prejuízo envolvido). O que a startup faz, em seguida, é bater na porta da companhia que está te dando dor de cabeça. 

Qual o objetivo da startup UnicaInstancia?

O que ela busca, inicialmente, é um acordo extrajudicial. Dos quase mil imbróglios resolvidos até aqui, menos de 400 terminaram na Justiça. “Resolver de maneira amigável é bem mais vantajoso para todas as partes", lembra Bueno, que exerce o cargo de CEO da companhia. “Até porque nem toda cobrança indevida é fruto de má-fé”. 

Convém explicar que toda e qualquer indenização amealhada pela UnicaInstancia fica inteiramente com ela — contente-se com aqueles R$ 600. Se ela não conseguir se acertar com a companhia que anda tirando seu sono, no entanto, é problema dela — você não vai precisar devolver a quantia que ela te depositou. 

No caso mais lucrativo até aqui, a startup embolsou R$ 7 mil. Para os consumidores, repassou mais de R$ 600 mil. O site da startup recebeu mais de 6.000 visitas só em fevereiro deste ano e cerca de 200 novos casos são avaliados a cada mês.   

Quem comanda a parte jurídica da companhia é a primeira sócia de Bueno, Sara Raimundo, que ajudou a tirar a empresa do papel. Aos 32, ela é graduada em direito e ambos cursaram a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, onde se conheceram. 

Segundo a startup, quando você identifica uma cobrança indevida, ela provavelmente começou seis meses antes ou mais. Na visão de Bueno, entidades como Reclame Aqui e Procon-SP já não atendem aos anseios dos consumidores como antes. “Por meio delas, perde-se cada vez mais tempo e energia para se chegar a uma solução”, diz o CEO. “E, no meio do caminho, muitos consumidores acabam desistindo”. 

Em relação a pendengas envolvendo compras na internet, casos de pedidos que demoraram demais para chegar ou que não foram entregues sem que houvesse devolução do dinheiro são os mais comuns. A UnicaInstancia, no entanto, não se envolve em pendências condominiais ou relacionadas a órgãos públicos. 

Até o final do mês, porém, começará a aceitar casos ligados a um conhecido vespeiro: o setor das companhias aéreas. Em outras palavras, a startup passará a comprar a briga de quem teve voos cancelados sem motivo justificável, decolou com atraso além do permitido e por aí vai. “Pretendemos pagar um pouco mais do que R$ 600 para os consumidores que nos repassarem casos do tipo porque as indenizações desse meio costumam ser maiores”, adianta Bueno.  

Startup faz parte do programa de aceleração BlackRocks

O investimento inicial da UnicaInstancia foi de R$ 10 mil. Ela foi uma das 10 selecionadas para o programa de aceleração da BlackRocks, realizado em parceria com o BTG Pactual (é voltado para empresas lideradas por empreendedores negros). Também foi incluída nos programas Scale Up Endeavor e Latitud Fellow e recebeu aporte de investidores-anjo e do Google. O faturamento é mantido em sigilo. 

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