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Golpe do crédito consignado: já ouviu falar? Saiba como se proteger

Aumentam as queixas em relação a esse tipo de empréstimo; uma das dicas é checar a idoneidade de instituições financeiras desconhecidas

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Ao contratar o crédito consignado, a dica é que a parcela do empréstimo não passe de 30% do seu rendimento (blackCAT/Getty Images)

Ao contratar o crédito consignado, a dica é que a parcela do empréstimo não passe de 30% do seu rendimento (blackCAT/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2022, 07h30.

O crédito consignado vem sendo amplamente usado no Brasil, e a maioria dos bancos oferece esse tipo de empréstimo. Você já ouviu falar?

O que é crédito consignado

Trata-se de um empréstimo concedido a aposentados, pensionistas do INSS e funcionários públicos, e as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento ou do benefício de quem tomou o dinheiro emprestado. 

Como o pagamento é feito antes mesmo de o salário ou da aposentadoria entrar na conta do cliente, os riscos para as instituições são muito baixos e, com isso, as taxas de juros costumam ser bem atrativas. 

Só que com o crescimento dessa modalidade, também aumentam os golpes. Em 2021, as queixas em relação a esse tipo de empréstimo subiram 28% no Procon de São Paulo, chegando a 8.355 queixas. Em 2022, até setembro, já foram registradas 4.600 reclamações.  

Como contratar o crédito consignado de forma segura

O crédito consignado é ofertado por diferentes bancos e instituições financeiras e, para não cair em golpes, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) dá algumas dicas. 

O primeiro passo para quem vai contratar esse tipo de empréstimo é:

  • Fazer simulações e ver qual banco oferece as melhores condições de prazos de pagamento e taxas de juros;
  • Não esgotar o uso da margem (que é o percentual de desconto máximo sobre o salário ou aposentadoria) e do prazo, para não comprometer excessivamente a renda;
  • Contratar o crédito consignado somente quando for mesmo precisar.

O Idec alerta o consumidor para duvidar da insistência de representantes de bancos na contratação do empréstimo – mesmo que a taxa de juros seja reduzida e atrativa. A instituição também recomenda duvidar de ligações de pessoas que se apresentam como representantes do INSS para conceder crédito. 

O ideal, diz o Idec, é buscar diretamente os bancos que sejam de confiança e ofereçam o menor valor possível de juros para o consumidor.

Dicas para não cair no golpe do crédito consignado

Um dos golpes mais comuns sofridos principalmente por aposentados e servidores públicos são os empréstimos não solicitados.

A Serasa explica que os criminosos operam como se fossem agentes de instituições financeiras e autorizam o crédito em nome da vítima. 

Para aplicar esse tipo de golpe, o agente financeiro precisa ter todos os dados pessoais e bancários da vítima. A partir disso, a instituição financeira comunica o INSS, que vai registrar o empréstimo no CPF do aposentado.

O dinheiro cai na conta do beneficiário, porém as parcelas com juros também começam a cair na mesma conta. Para o golpista, a vantagem é ficar com as comissões que remuneram o agente de crédito por intermediar o empréstimo. 

Confira algumas dicas importantes do Idec para não cair no golpe do consignado e usar esse tipo de empréstimo de forma saudável.

  • Evite fornecer dados da conta corrente e do cadastro do INSS para desconhecidos e suspeite de contatos telefônicos em nome da Previdência Social;
  • Não comprometa um valor que possa interferir nos seus gastos básicos. O ideal é que a parcela do empréstimo consignado não passe de 30% do seu rendimento;
  • Solicite o custo efetivo total da operação de crédito e veja se os juros aumentam com o passar dos meses;
  • Pesquise sobre a idoneidade de instituições financeiras desconhecidas;
  • Pesquise entre as instituições financeiras para obter melhores taxas de juros;
  • Não aceite que o banco condicione a liberação do crédito consignado à contratação de seguros ou outros serviços. Tal prática configura-se como "venda casada" e é proibida;
  • Se sofrer uma cobrança indevida, faça uma reclamação formal junto ao Procon da sua cidade, pelo site consumidor.gov.br ou ao 135 do INSS;