Como a saúde financeira do seu condomínio pode impactar suas finanças
Administradora do segmento lança ebook para ajudar prédios a saírem do vermelho; taxa de inadimplência em 2022 superou a de 2021
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(ah_fotobox/Getty Images)
Publicado em 23 de fevereiro de 2023, 08h00.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2023, 16h42.
Os síndicos que não nos ouçam, mas não há nada mais chato do que uma reunião de condomínio. Ok, pode existir uma exceção ou duas, mas essa é a mais pura verdade. E uma verdade perigosa, pois são em reuniões do tipo que a verdadeira situação do condomínio vem à tona.
Só quem encara encontros do gênero costuma ficar sabendo, por exemplo, que um ex-funcionário deu entrada em um custoso processo trabalhista e que um cano da garagem está à beira de romper. E só quem frequenta essas tediosas reuniões pode participar das decisões que poderão mexer com a vida de todos os moradores – e possivelmente com o bolso.
Afinal de contas, caso o condomínio seja processado e não haja dinheiro suficiente em caixa para arcar com o prejuízo, vai sobrar para todo mundo. O mesmo vale para obras emergenciais ou qualquer tipo de melhoria. Se a meia dúzia que participa dessas reuniões decidir que cada uma das unidades terá de pagar R$ 500 a mais por mês para trocar os equipamentos da academia, não há o que fazer.
Felizmente, os tópicos que são deliberados em cada reunião precisam ser previamente divulgados pelo síndico. Isso evita que você seja pego desprevenido e te permite participar só dos encontros que realmente importam.
Mas isso não diminui a importância de cada um dos condôminos acompanhar as finanças do prédio com atenção. Por sinal, quando foi a última vez que você conferiu a prestação de contas do seu edifício? Trata-se de um documento fundamental para conferir, mesmo que por alto, como está a situação econômica do condomínio e se há algum rombo à vista. O patamar de inadimplência, por exemplo, que pode impactar diretamente no dia a dia de todos, precisa ser informado nas prestações mensais.
O atraso no pagamento dos condomínios está em alta no país. De acordo com a administradora de condomínios APSA, a taxa de inadimplência do segmento ficou em 17% em 2022, contra 12% no ano anterior. Para chegar a esses números, a empresa esmiuçou os vencimentos dos mais 2,7 mil condomínios que ela administra no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Distrito Federal, na Bahia e em Pernambuco.
“A pandemia arrefeceu, mas a perda de renda e o endividamento das famílias continuam e isso se reflete diretamente na inadimplência das cotas condominiais”, afirma João Marcelo Frey, gerente da APSA.
Segundo ele, a escalada das taxas de juros favorecem a falta de pagamento. “Se a pessoa tiver que escolher entre quitar o cartão para poder comprar itens básicos ou pagar o condomínio, provavelmente vai ficar com a primeira opção”, acredita o especialista.
Convém lembrar que deixar de honrar os vencimentos do condomínio pode ser arriscado. Em primeiro lugar porque isso prejudica o funcionamento do prédio. Se algum morador deixar de pagar o que deve, fatalmente vai faltar dinheiro para as despesas regulares dos edifícios. Mais: quem está devendo não pode participar das decisões tomadas em assembleia e corre o risco de ser alvo de uma ação de despejo.
A APSA lançou o ebook “Como recuperar a saúde financeira do seu condomínio?”, gratuito, que reúne diversas dicas para equacionar o orçamento de prédios e afins. Aborda tanto a delicada questão da inadimplência quanto os gastos com funcionários e a importância de cortar despesas desnecessárias.
O lançamento é voltado tanto para síndicos como pessoas em geral. “Os moradores estão cada vez mais interessados nas decisões coletivas dos condomínios, o que contribui para uma gestão participativa”, afirma o gerente da APSA.