A empresa quer ser reconhecida como única (como assim?)
Alguma vez sua empresa acreditou ser “única” para seu cliente? Sério mesmo? Ok, mas se fosse assim: o que sua empresa fez para conquistar esta posição?
Marcio Oliveira
Publicado em 29 de outubro de 2018 às 13h37.
Estamos chegando em mais um fim de ano e, como sempre, muitas empresas já estão preparadas para a chuva de ações de comunicação que farão com seus clientes por conta da Blackfriday e do Natal. Obviamente, não sou contra fazer ações específicas nestas datas especiais do calendário pois, de fato, para muitas empresas estas datas são extremamente importantes para a sua saúde financeira.
Mas como sempre, busco colocar um olhar crítico em alguns comportamentos padrões, pois acredito que o questionamento pode ajudar nos processos de inovação e evolução. E o ponto de atenção desta vez tem a ver com a quantidade de impactos que uma pessoa recebe de uma marca.
E quero relembrar um artigo escrito neste blog em 2015 (link), no qual busquei explorar a quantidade de marcas com as quais uma pessoa se relaciona diariamente. Fiz, inclusive, uma pesquisa comigo mesmo durante uma semana e transcrevo abaixo o resultado.
- A primeira pesquisa foi desafiadora, pois era complicado ficar me lembrando de anotar todas as marcas e deixei passar algumas. Mas, ainda assim, cheguei a um total de 559 marcas diferentes, sendo que destas, 182 foram marcas com as quais me relacionei todos os sete dias.
- Na segunda, mais fácil de medir, recebi comunicação de 312 marcas diferentes, com uma média de 35 por dia, sendo que de algumas marcas recebi mais de um contato (e-mail, claro!) por dia.
Se eu repetisse esta pesquisa hoje, não tenho dúvidas de que os números seriam ainda maiores pois, se naquela época eu contabilizei apenas os tradicionais e-mails e SMSs, atualmente também temos o WhatsApp e as próprias Redes Sociais e Aplicativos que estão de alguma forma “mais turbinados” em relação às possibilidades de ações de comunicação.
Mas uma coisa ainda não mudou e tenho a sensação de que estamos ainda longe de uma mudança.
Neste mesmo artigo de 2015 eu trouxe a seguinte frase dita por um presidente de uma grande agência de propaganda em uma entrevista: “O mundo não orbita em torno das nossas empresas”. E ela ainda continua muito real hoje em dia. Na verdade, da mesma forma que muitas empresas estão hoje em dia construindo suas plataformas de dados para permitirem ter uma visão unificada de seus clientes através dos vários canais de contato, muitas também parecem imaginar que são as únicas com as quais seus clientes se relacionam. Claro, num pensamento mais racional, nenhum profissional de marketing vai admitir isso. Mas então, por que ainda concentrar tanta comunicação dirigida em poucas datas?? Porque não construir um relacionamento contínuo e de valor com os seus clientes e não apenas baseado em contatos de vendas em datas especiais?
Aí escuto: “Mas mandaremos apenas dois ou três e-mails com ofertas bem segmentadas na semana da Blackfriday. Não tem como ser mais assertivo.” Sim, você e mais outras 312 (pra ficar no meu número) empresas que também querem vender na mesma data para o seu cliente, afinal, você não é a única na vida dele.
Estamos chegando em mais um fim de ano e, como sempre, muitas empresas já estão preparadas para a chuva de ações de comunicação que farão com seus clientes por conta da Blackfriday e do Natal. Obviamente, não sou contra fazer ações específicas nestas datas especiais do calendário pois, de fato, para muitas empresas estas datas são extremamente importantes para a sua saúde financeira.
Mas como sempre, busco colocar um olhar crítico em alguns comportamentos padrões, pois acredito que o questionamento pode ajudar nos processos de inovação e evolução. E o ponto de atenção desta vez tem a ver com a quantidade de impactos que uma pessoa recebe de uma marca.
E quero relembrar um artigo escrito neste blog em 2015 (link), no qual busquei explorar a quantidade de marcas com as quais uma pessoa se relaciona diariamente. Fiz, inclusive, uma pesquisa comigo mesmo durante uma semana e transcrevo abaixo o resultado.
- A primeira pesquisa foi desafiadora, pois era complicado ficar me lembrando de anotar todas as marcas e deixei passar algumas. Mas, ainda assim, cheguei a um total de 559 marcas diferentes, sendo que destas, 182 foram marcas com as quais me relacionei todos os sete dias.
- Na segunda, mais fácil de medir, recebi comunicação de 312 marcas diferentes, com uma média de 35 por dia, sendo que de algumas marcas recebi mais de um contato (e-mail, claro!) por dia.
Se eu repetisse esta pesquisa hoje, não tenho dúvidas de que os números seriam ainda maiores pois, se naquela época eu contabilizei apenas os tradicionais e-mails e SMSs, atualmente também temos o WhatsApp e as próprias Redes Sociais e Aplicativos que estão de alguma forma “mais turbinados” em relação às possibilidades de ações de comunicação.
Mas uma coisa ainda não mudou e tenho a sensação de que estamos ainda longe de uma mudança.
Neste mesmo artigo de 2015 eu trouxe a seguinte frase dita por um presidente de uma grande agência de propaganda em uma entrevista: “O mundo não orbita em torno das nossas empresas”. E ela ainda continua muito real hoje em dia. Na verdade, da mesma forma que muitas empresas estão hoje em dia construindo suas plataformas de dados para permitirem ter uma visão unificada de seus clientes através dos vários canais de contato, muitas também parecem imaginar que são as únicas com as quais seus clientes se relacionam. Claro, num pensamento mais racional, nenhum profissional de marketing vai admitir isso. Mas então, por que ainda concentrar tanta comunicação dirigida em poucas datas?? Porque não construir um relacionamento contínuo e de valor com os seus clientes e não apenas baseado em contatos de vendas em datas especiais?
Aí escuto: “Mas mandaremos apenas dois ou três e-mails com ofertas bem segmentadas na semana da Blackfriday. Não tem como ser mais assertivo.” Sim, você e mais outras 312 (pra ficar no meu número) empresas que também querem vender na mesma data para o seu cliente, afinal, você não é a única na vida dele.