Benefícios pagos a mortos causam prejuízo de quase dois bilhões à União
Eles recebem aposentadoria, Bolsa Família, remédios do programa Farmácia Popular, estão inscritos no Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) ou internados em leitos de UTI do Sistema Único de Saúde. Quem são eles? Mortos a quem a falta de controle administrativo brasileiro já ofereceu um total de R$ 1,9 bilhão. Os dados são do relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) e revelam que 33,1 mil benefícios previdenciários estavam […] Leia mais
Publicado em 29 de novembro de 2010 às, 12h38.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h44.
Eles recebem aposentadoria, Bolsa Família, remédios do programa Farmácia Popular, estão inscritos no Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) ou internados em leitos de UTI do Sistema Único de Saúde. Quem são eles? Mortos a quem a falta de controle administrativo brasileiro já ofereceu um total de R$ 1,9 bilhão.
Os dados são do relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) e revelam que 33,1 mil benefícios previdenciários estavam sendo pagos a pessoas já falecidas. Os auditores fizeram o que o governo não faz para chegar ao número; cruzaram informações do pagamento de benefícios com o Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi), usado pela Previdência e alimentado pelos cartórios; do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), da Receita; do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, no qual são lançadas as declarações de óbito emitidas pelos médicos do país. O TCU critica a falta de integração entre o SIM e o Sisobi.
Não raro, parentes ou pessoas próximas se apropriam do cartão do benefício, que pode ser pago em conta conjunta. Ou o dinheiro fica parado na conta do morto, sem que o banco tome providências. Após 60 dias sem saques, é obrigação dos bancos devolver o dinheiro ao Tesouro, o que não é feito por falta de acompanhamento das movimentações ou porque, segundo eles, o sigilo financeiro não permite.
Fonte: jornal “O Globo”