As skills essenciais para iniciar a jornada de transformação digital
Reunir o time, trocar ideias e traçar um planejamento é tão importante quanto adotar os processos de digitalização na sua empresa
Matheus Doliveira
Publicado em 12 de agosto de 2021 às 13h25.
A transformação digital como um fator-chave para que as empresas consigam sobreviver de forma sustentável e ter sucesso, evoluindo e entregando resultados melhores para os consumidores, é algo que já reforcei muitas vezes por aqui. Mas, tão importante quanto adotar os necessários processos de digitalização, é preciso antes reunir o time, trocar ideias e traçar um planejamento que garanta que essa jornada seja feita de maneira efetiva e com todas as ferramentas adequadas.
E quando falo em “ferramentas” não me refiro apenas às soluções e produtos tecnológicos disponíveis no mercado, mas sim às características pessoais de cada um, que ajudam a compor o repertório dos profissionais e da companhia como um todo. Nesse conjunto, pode-se considerar as tão comentadas soft skills e hard skills, que são explicadas como habilidades comportamentais e técnicas, respectivamente.
Esses termos surgiram em 1972, quando foram vistos pela primeira vez em manuais de treinamento do exército norte-americano. Na época, eram utilizados para separar os militares entre aqueles que lidavam bem com atividades relacionadas ao gerenciamento de pessoas e aqueles que eram bons em operar máquinas.
Voltando ao presente, vejo que as instituições, ao tentar implementar a transformação digital internamente, muitas vezes têm a percepção de que terão mais êxito ao contratar profissionais que levam mais jeito com as hard skills, e acabam deixando aqueles focados nas soft skills em segundo plano.
Pela minha experiência, acredito que o real significado desses conceitos é muito diferente das traduções literais das palavras. Não há nada de soft (suave, em tradução livre) em lidar com pessoas e suas pluralidades de comportamentos. As habilidades interpessoais precisam ser muito bem trabalhadas para que se tornem eficazes e estão em constante desenvolvimento porque seguem caminhos diferentes dependendo de quem está na outra ponta do contato e de como ela se comunica. Por isso, há muito esforço e dedicação na trajetória dos profissionais que se especializam em fortalecer suas competências comportamentais.
Uma empresa que não tem entre seus funcionários, líderes e gestores, ninguém focado nessa aptidão, certamente terá mais dificuldade de se manter relevante, inovando e pensando em soluções que facilitem a vida tanto da equipe quanto dos clientes. E, sem esses aspectos, a formação de uma boa reputação de uma marca capaz de resolver problemas e prestar um atendimento satisfatório, também ficará comprometida.
Dito isso, dentre as principais soft skills essenciais para a efetividade da TD, destaco a capacidade de se manter humilde, com a consciência de que os acertos são fruto de um esforço coletivo e que devem se repetir com a persistência e busca por atualização e inovação; ter maturidade emocional para conseguir lidar com as situações imprevisíveis e as frequentes recalculadas de trajeto, e, por fim, confiar na própria intuição, sabendo que é essencial ter um planejamento e se manter fiel a ele, mas que também é preciso acreditar nas experiências de cada um e nas percepções que só surgem depois que o projeto é colocado em prática.
Porém, ainda que muito importantes, elas precisam estar alinhadas com as aptidões técnicas, que atualmente podem ser descritas como conhecimentos nas áreas de engenharia e tecnologia da informação. Dentre as hard skills fundamentais, as mais relevantes são: o raciocínio analítico, que permite olhar para as situações e informações e analisar todos os seus aspectos com agilidade e inteligência, sendo capaz de, a partir daí, desenvolver soluções; a leitura de dados que abre novos horizontes para a identificação, estudo e avaliação das informações disponíveis em busca de insights que ajudem na criação de melhores produtos, sendo indispensáveis para o triunfo de qualquer negócio hoje em dia, e saber utilizar ferramentas tecnológicas, pois de nada adianta ter um bom raciocínio e fazer uma leitura impecável dos dados, mas não conseguir usar as ferramentas que vão permitir colocar tudo isso em prática.
A grande sacada, que já faz e fará cada vez mais diferença no sucesso das companhias na jornada de digitalização, é a capacidade de combinar as duas habilidades de forma a trazer à tona o melhor de cada colaborador, o que, consequentemente, vai resultar em melhorias nos processos internos das empresas e na disponibilização de produtos e soluções inovadoras.
*GustavoCaetanoé CEO da Sambatech e Samba Digital
A transformação digital como um fator-chave para que as empresas consigam sobreviver de forma sustentável e ter sucesso, evoluindo e entregando resultados melhores para os consumidores, é algo que já reforcei muitas vezes por aqui. Mas, tão importante quanto adotar os necessários processos de digitalização, é preciso antes reunir o time, trocar ideias e traçar um planejamento que garanta que essa jornada seja feita de maneira efetiva e com todas as ferramentas adequadas.
E quando falo em “ferramentas” não me refiro apenas às soluções e produtos tecnológicos disponíveis no mercado, mas sim às características pessoais de cada um, que ajudam a compor o repertório dos profissionais e da companhia como um todo. Nesse conjunto, pode-se considerar as tão comentadas soft skills e hard skills, que são explicadas como habilidades comportamentais e técnicas, respectivamente.
Esses termos surgiram em 1972, quando foram vistos pela primeira vez em manuais de treinamento do exército norte-americano. Na época, eram utilizados para separar os militares entre aqueles que lidavam bem com atividades relacionadas ao gerenciamento de pessoas e aqueles que eram bons em operar máquinas.
Voltando ao presente, vejo que as instituições, ao tentar implementar a transformação digital internamente, muitas vezes têm a percepção de que terão mais êxito ao contratar profissionais que levam mais jeito com as hard skills, e acabam deixando aqueles focados nas soft skills em segundo plano.
Pela minha experiência, acredito que o real significado desses conceitos é muito diferente das traduções literais das palavras. Não há nada de soft (suave, em tradução livre) em lidar com pessoas e suas pluralidades de comportamentos. As habilidades interpessoais precisam ser muito bem trabalhadas para que se tornem eficazes e estão em constante desenvolvimento porque seguem caminhos diferentes dependendo de quem está na outra ponta do contato e de como ela se comunica. Por isso, há muito esforço e dedicação na trajetória dos profissionais que se especializam em fortalecer suas competências comportamentais.
Uma empresa que não tem entre seus funcionários, líderes e gestores, ninguém focado nessa aptidão, certamente terá mais dificuldade de se manter relevante, inovando e pensando em soluções que facilitem a vida tanto da equipe quanto dos clientes. E, sem esses aspectos, a formação de uma boa reputação de uma marca capaz de resolver problemas e prestar um atendimento satisfatório, também ficará comprometida.
Dito isso, dentre as principais soft skills essenciais para a efetividade da TD, destaco a capacidade de se manter humilde, com a consciência de que os acertos são fruto de um esforço coletivo e que devem se repetir com a persistência e busca por atualização e inovação; ter maturidade emocional para conseguir lidar com as situações imprevisíveis e as frequentes recalculadas de trajeto, e, por fim, confiar na própria intuição, sabendo que é essencial ter um planejamento e se manter fiel a ele, mas que também é preciso acreditar nas experiências de cada um e nas percepções que só surgem depois que o projeto é colocado em prática.
Porém, ainda que muito importantes, elas precisam estar alinhadas com as aptidões técnicas, que atualmente podem ser descritas como conhecimentos nas áreas de engenharia e tecnologia da informação. Dentre as hard skills fundamentais, as mais relevantes são: o raciocínio analítico, que permite olhar para as situações e informações e analisar todos os seus aspectos com agilidade e inteligência, sendo capaz de, a partir daí, desenvolver soluções; a leitura de dados que abre novos horizontes para a identificação, estudo e avaliação das informações disponíveis em busca de insights que ajudem na criação de melhores produtos, sendo indispensáveis para o triunfo de qualquer negócio hoje em dia, e saber utilizar ferramentas tecnológicas, pois de nada adianta ter um bom raciocínio e fazer uma leitura impecável dos dados, mas não conseguir usar as ferramentas que vão permitir colocar tudo isso em prática.
A grande sacada, que já faz e fará cada vez mais diferença no sucesso das companhias na jornada de digitalização, é a capacidade de combinar as duas habilidades de forma a trazer à tona o melhor de cada colaborador, o que, consequentemente, vai resultar em melhorias nos processos internos das empresas e na disponibilização de produtos e soluções inovadoras.
*GustavoCaetanoé CEO da Sambatech e Samba Digital