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Pílula para curar a solidão? Cientistas não descartam a possibilidade

Pesquisadores dos Estados Unidos e da Alemanha trabalham no desenvolvimento de um remédio

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Futuro: pesquisadores estão trabalhando em remédios para combater os efeitos negativos da solidão (Daniela Jovanovska-Hristovska/Getty Images)

Futuro: pesquisadores estão trabalhando em remédios para combater os efeitos negativos da solidão (Daniela Jovanovska-Hristovska/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 8 de agosto de 2020, 08h00.

O futuro reserva um remédio para tratar a solidão? Cientistas e pesquisadores acreditam que sim. Pesquisadores nos Estados Unidos e na Alemanha trabalham no desenvolvimento de fármacos à base de ocitocina para tratarem os efeitos neurológicos causados pela solidão.

A pesquisadora Stephanie Cacioppo, do Laboratório de Dinâmica do Cérebro da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, estuda o desenvolvimento de uma pílula que pode auxiliar no tratamento da solidão. O fármaco contaria com o hormônio pregnenolona, que já mostra sinais positivos no tratamento da ansiedade e da depressão. Os testes acontecem desde 2017 e deveriam ter sido encerrados em junho, mas  pandemia do coronavírus atrasou os planos.

Na Alemanha, Rene Hurlemann, professor do curso de psiquiatria da Universidade de Oldenburg, conduz testes de ocitocina a uma década. O hormônio é produzido pelo cérebro a partir de situações em que a pessoa se sente confortável e querida. Ele faz parte do que alguns pesquisadores chamam de “hormônios da felicidade”.

Dois grupos participam dos testes realizados na Alemanha. Um recebe o hormônio em forma de spray nasal e outro recebe um placebo. Os resultados da pesquisa ainda não são conclusivos.  “As pessoas solitárias tinham níveis baixos de ocitocina, mesmo depois de serem confrontadas com memórias positivas”, afirma. O estudo deve ser concluído até 2022.

Independentemente dos resultados obtidos até agora, Hurlemann diz que não é possível prescrever tratamentos deste tipo na ausência de um tratamento psicoterápico. Segundo o pesquisador, esses medicamentos podem acelerar a melhora dos pacientes, mas não funcionam sem um acompanhamento médico realizado por um psiquiatra.

Para a psicoterapeuta Rachel Benjamin, do Tribeca Therapy, em Nova York, usar medicamentos deste tipo não é a solução. Rachel lidera um grupo de terapia exclusiva para lidar com pessoas com solidão e diz que remédios assim “nos fazem sentir mais isolados”. Segundo ela, em reportagem do The Guardian, “pílulas não podem construir intimidade”.

A historiadora Fay Bound Alberti descreve a solidão crônica em seu livro “A Biography of Loneliness: The History of an Emotion” como “um sentimento consciente e cognitivo de estranhamento ou separação social de outras pessoas significativas; uma falta emocional que diz respeita ao lugar de uma pessoa no mundo”. Ela afirma que se é difícil definir o que é solidão, é ainda mais complicado tratar essa condição. Tentativas não faltam

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