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Novas evidências podem comprovar que vivemos em um vácuo cósmico

Segundo um estudo da Universidade de Wisconsin-Madison, a Via-Láctea está localizada no maior espaço vazio já encontrado pela ciência

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Vazio cósmico: o universo é estruturado como um queijo suíço, cheio de filamentos e vazios (Millennium Simulation Project/Divulgação)

Vazio cósmico: o universo é estruturado como um queijo suíço, cheio de filamentos e vazios (Millennium Simulation Project/Divulgação)

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Marina Demartini

Publicado em 7 de junho de 2017 às, 15h43.

São Paulo – Pesquisadores encontraram novos indícios que podem comprovar que nós vivemos em um gigantesco vazio. Essa não é uma descoberta da psicanálise, mas, sim, da astronomia. Cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison apresentaram evidências que sugerem que a Via Láctea, a galáxia na qual vivemos, está localizada em um grande vácuo, uma região do espaço que contém muito menos estrelas, galáxias e planetas do que o esperado.

Segundo o estudo, que foi apresentado na 230ª reunião da Sociedade Americana de Astronomia, a estrutura do cosmos é como um queijo suíço, cheia de filamentos e vazios. Tais filamentos são compostos por superaglomerados de galáxias, que contêm poeira, gás, estrela e planetas. Nesse caso, o vazio é a matéria escura e a energia escura, que muitos cientistas acreditam que compreendem cerca de 95% do conteúdo do universo.

Chamado de KBC em homenagem aos cientistas (Keenan, Barger e Cowie) que criaram a teoria em 2013, o vácuo em que estamos localizados no universo é o maior já encontrado pela ciência. De acordo com as evidências apresentadas na atual pesquisa, o vazio em que a Via Láctea reside é sete vezes maior do que o vácuo médio, por isso, tem um raio que mede aproximadamente um bilhão de anos-luz.

Além de confirmar a ideia de que existimos em um grande buraco do cosmos, o novo estudo traz uma solução para um desacordo entre diferentes medidas da Constante de Hubble, uma unidade usada na cosmologia para descrever as taxas de expansão do universo. Isso porque as técnicas empregadas atualmente nem sempre dão os mesmos resultados.

Teoricamente, quando medimos a expansão do cosmos, ele deveria apresentar resultados iguais para qualquer um dos lados que investiguemos. Porém, não é isso que acontece--o que indica uma força gravitacional mais forte em algum ponto no universo.

“Não importa qual técnica você use hoje, você deve obter o mesmo valor para a taxa de expansão do universo”, explicou Ben Hoscheit, um dos autores do estudo, em um comunicado publicado no site Eureka Alert. “Felizmente, viver em um vazio ajuda a resolver essa tensão (entre métodos).”

A explicação para isso é que o vácuo afeta o valor de uma técnica que usa supernovas relativamente próximas para medir a Constante de Hubble. Nesse método, a luz advinda de uma explosão de supernova é utilizada para medir a expansão acelerada do universo. Porém, o vácuo não altera o valor de outra técnica que também serve para medir a expansão do cosmos: a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, que ajuda os cientistas a investigar o passado do universo.

Assim, uma comparação entre as duas técnicas fornece evidências indiretas de que a Via Láctea reside em um vazio gigantesco. Além disso, a presença do vácuo pode resolver as discrepâncias entre as técnicas utilizadas para medir a expansão do universo.

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