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Nasce a primeira companhia de maconha medicinal da Jamaica

A MediCanja pesquisará e desenvolverá produtos a partir do cannabidiol (CBD), composto medicinal não psicoativo da maconha ou ganja, como é conhecida na Jamaica

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	Plantas de maconha: até o momento três ministros do governo da Jamaica já respaldaram publicamente a legalização da maconha medicinal
 (Désirée Martin/AFP)

Plantas de maconha: até o momento três ministros do governo da Jamaica já respaldaram publicamente a legalização da maconha medicinal (Désirée Martin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2013, 20h17.

Kingston - A Jamaica conta desde esta quarta-feira com sua primeira companhia de maconha medicinal, impulsionada por um grupo de cientistas e empresários locais que querem capitalizar uma indústria em alta, baseada em um dos produtos mais identificáveis da ilha caribenha.

MediCanja pesquisará e desenvolverá produtos a partir do cannabidiol (CBD), composto medicinal não psicoativo da maconha ou ganja, como é conhecida na Jamaica.

O presidente-executivo de MediCanja é o conhecido cientista e empresário local Henry Lowe, que pretende realizar pesquisas para desenvolver cepas de maconha com mais CBD e menos tetrahidrocannabinol (THC), o componente psicoativo da planta.

"A maconha medicinal poderia ter um efeito multiplicador como catalisador de outras indústrias como a saúde e o turismo médico, as indústrias 'nutracêuticas' e 'cosmecêuticas', a agricultura e inclusive a indústria farmacêutica", defendeu Lowe durante a apresentação oficial da companhia.

No ato, que contou com a presença do ministro da Indústria, Investimento e Comércio da Jamaica, Anthony Hylton, o pesquisador defendeu que a maconha medicinal, que não é legalizada no país, "poderia em última instância transformar a economia incipiente da Jamaica".

"Já recebemos a permissão para operar e o Parlamento da Jamaica está se movimentando para aprovar uma lei que permitirá fazer certas coisas. Não vamos violar leis ou convenções locais ou internacionais", disse o empresário, que também não quis detalhar quando começará a fabricação de produtos.

Até o momento três ministros do governo da Jamaica - de Saúde, Fenton Ferguson; de Justiça, Marcos Golding, e o próprio Hylton - já respaldaram publicamente a legalização da maconha medicinal.


O CBD, que conforma em torno de 40% da fábrica, não é psicoativo e acredita-se que tenha um alcance mais amplo que o THC para aplicações medicinais.

Segundo Lowe, a companhia se dedicará a "desenvolver produtos "nutracêuticos" únicos e de alta qualidade a partir da maconha para tratar certos tipos de patologias, assim como com fins cosméticos".

A MediCanja também fomentará o desenvolvimento de uma indústria de cânhamo local, que se cultive "para ser utilizado como uma rica fonte de CBD bioativo" e para "elaborar produtos industriais que utilizam suas fibras para confeccionar roupa e bolsas".

Entre as atividades da companhia, Lowe também citou a sínteses de alguns de seus compostos com fins medicinais e o desenvolvimento de produtos farmacêuticos para tratar doenças.

O empresário se comprometeu a trabalhar na promoção da parceria entre "cientistas, médicos e legisladores para avançar na criação de uma indústria local de maconha medicinal".

Seu objetivo, disse, é contribuir ao desenvolvimento da Jamaica elaborando produtos locais a partir da ganja e exportá-los também a outros países.

Lowe não quis dizer como planeja adquirir sua matéria-prima, as plantas de maconha, mas insistiu que tudo o que está sendo feito na empresa é legal. E lembrou que a Jamaica foi o primeiro país do mundo a desenvolver um produto comercial a partir da maconha, o Canasol, utilizado para tratamento do glaucoma.

Ele considera que seria lamentável que a Jamaica perdesse posições "em uma indústria multimilionária e em auge na Europa, Canadá e nos Estados Unidos", e assinalou que o setor do cânhamo gera no Canadá mais de US$ 2 bilhões ao ano.

Uma recente pesquisa revelou que 86% dos jamaicanos acreditam que o governo deve autorizar o consumo com fins medicinais de maconha, que é utilizada para combater insônia, ansiedade, náuseas e vômitos, dor e certos tipos de câncer.

"Dada a história da Jamaica com a ganja, poderíamos ser o centro da maconha medicinal na América Latina e no Caribe", defendeu Lowe, um dos pioneiros em investigar as aplicações medicinais da planta.

A companhia jamaicana Recharge Distributors distribuirá os produtos às lojas interessadas. Até o momento 60 estabelecimentos mostraram interesse.

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