Mutação há 10 milhões de anos permitiu o consumo de álcool
Cientistas descobriram que uma mutação que aconteceu há 10 milhões de anos nos organismos dos ancestrais dos humanos permitiu a ingestão de álcool
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Cerveja: mutação no organismo há 10 milhões de anos permitiu ingestão de álcool (Irish Government - Pool/Getty Images)
Publicado em 2 de dezembro de 2014, 14h08.
São Paulo – Cientistas descobriram que os ancestrais dos humanos sofreram mutações genéticas há dez milhões de anos que permitiram que o álcool fosse ingerido e quebrado pelo corpo. O consumo deliberado de álcool, no entanto, chegou somente depois de muito tempo.
A pesquisa foi realizada analisando as enzimas digestivas que quebram as moléculas de álcool. Elas são chamadas ADH4. Elas são encontradas na língua, garganta e estômago de primatas e são as primeiras a agir a partir do consomo de alimentos ou bebidas que tenham álcool.
Os cientistas colheram amostras de genomas das enzimas de 28 espécies de mamíferos. A partir daí, eles analisaram a linha de evolução dessas espécies e a evolução das enzimas – para saber em qual momento elas haviam ficado mais desenvolvidas para quebrar o álcool.
O resultado encontrado é uma mutação que data de dez milhões de anos. Graças a essa mudança, os humanos hoje são capazes de ingerir bebidas alcoólicas.
Uma relação entre os hábitos de nossos ancestrais e a evolução das enzimas são relacionadas. Nessa mesma época, houve a mudança entre viver sobre árvores e viver no chão.
A habilidade de quebrar o álcool pode ter ajudado os ancestrais dos humanos a encontrar comida após essa transição. Em momentos em que não havia comida fresca, os animais poderiam comer outras caídas no chão.
O problema dessa alimentação é que as frutas passam por um processo de fermentação enquanto apodrecem no chão, o que cria álcool.
“Suspeito que essa era a segunda opção. Se nossos ancestrais – gorilas e chimpanzés – tivessem a opção de comer frutas frescas ou podres, eles comeriam as frescas”, disse ao site Live Science Matthew Carrigan, paleontólogo e membro do estudo.
Um dos modelos do estudo sugere que o álcool passou a ser consumido deliberadamente após o momento que os humanos conseguiram estocar comida – ou seja, após o início da agricultura. Há cerca de nove mil anos, foram desenvolvidas técnicas para a fermentação de vegetais. Ou seja, foram criadas formas de produção de vinhos ou cervejas rudimentares.
A teoria ainda afirma que o alcoolismo vem do fato que os humanos não tiveram tempo o suficiente para adaptar seus genomas à quebra do álcool.
A pesquisa foi publicada pelos cientistas na revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
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