Ciência

Mutação do coronavírus na África do Sul é 50% mais contagiosa

Dados mostram que a nova variante do coronavírus não mostra maior probabilidade de causar hospitalização ou morte

Coronavírus: doença já matou mais de 1,3 milhão de pessoas (Getty Images/Getty Images)

Coronavírus: doença já matou mais de 1,3 milhão de pessoas (Getty Images/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 08h00.

Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 08h02.

Cientistas genômicos da África do Sul descobriram que a nova variante do coronavírus por trás do aumento de casos no país é cerca de 50% mais contagiosa do que as versões anteriores.

A cepa 501.V2 identificada no mês passado “pode se anexar a células humanas de forma mais eficiente” do que as anteriores, disse em apresentação Salim Abdool Karim, copresidente do comitê consultivo ministerial da Covid-19. No entanto, os dados mostram que a variante não mostra maior probabilidade de causar hospitalização ou morte, disse na segunda-feira.

Os casos de Covid-19 na África do Sul começaram a se acelerar em novembro e, no mês seguinte, cientistas anunciaram a descoberta da nova cepa. O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, apertou as restrições, como a proibição das vendas de bebidas alcóolicas e um toque de recolher noturno.

Outras variantes foram identificadas em países como Reino Unido e Brasil, despertando a preocupação de que versões cada vez mais perigosas do patógeno podem dificultar as campanhas globais de vacinação e causar mais crise econômica.

Na África do Sul, estudos sobre a resistência da nova variante às vacinas ainda não foram concluídos e evidências serão fornecidas quando disponíveis, disse Karim.

A segunda onda do país foi muito mais grave do que a inicial em julho, embora o pico já possa ter passado, disse o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, em apresentação. O número de novos casos começou a cair, o que dá motivos para otimismo.

A queda do número de casos “pode ser atribuída a muitos fatores, como o maior distanciamento físico facilitado pelos regulamentos de lockdown”, disse Mkhize. “Dito isso, o sistema de saúde continua a sofrer pressão significativa.”

Muitos profissionais de saúde relataram falta de leitos de cuidado intensivo, oxigênio e pessoal enquanto o coronavírus se espalhava pelo país. A África do Sul detectou 1,35 milhão de casos de coronavírus até agora, o maior número na África, e 37.449 pessoas que testaram positivo morreram, segundo estatísticas mais recentes do Ministério da Saúde.

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