Impressão 3D pode reconstruir células reprodutivas

São Paulo - Um estudo publicado na edição mais recente da revista científica Biofabrication descreve uma técnica que usa impressão 3D para construir estruturas capazes de substituir o tecido erétil do pênis e o do colo do útero.

Lesões nesses tecidos, causadas por doenças, podem levar a impotência sexual e aborto espontâneo. Com a nova técnica, esse problema poderia ser solucionado. Na pesquisa, os cientistas ainda tentam "fabricar" um tímpano.

A maior parte dos tecidos do corpo contém colágeno, que dá consistência a eles. O colágeno, por sua vez, é formado por células chamadas de fibroblastos.

Em alguns tecidos, as fibras de colágeno formam uma "trama" aleatória. Porém, em tecidos mais resistentes ou que controlam a distribuição de forças (como os tendões e os tímpanos), as ligas de colágeno são colocadas em padrões precisos que canalizam as forças e as redistribuem em determinada direção.

A ciência ainda não entende como os fibroblastos conseguem formar essas estruturas. O que se sabe é que quando esses tecidos são danificados por lesões ou doenças, as fibras nunca voltam ao normal. Com isso, o tecido não funciona como deveria, perdendo sua função.

No estudo publicado nesta semana, a pesquisadora Serena Danti da universidade de Twente, na Holanda, usou impressão 3D para criar uma pequena armação que imita o padrão das fibras de colágeno de um tímpano.

A estrutura impressa foi colocada junto de células-tronco humanas capazes de produzir fibroblastos, que se desenvolveram em torno da armação.

O próximo passo da pesquisa é desenvolver, de forma satisfatória, um substituto funcional do tímpano, para então criar tecidos com redes de colágeno 3D mais complexas.