Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Conheça o brasileiro que ajudou a conter o avanço do ebola

O estrategista brasileiro Ricardo Cappra foi um dos consultores de dados que ajudaram a ONU descobrir quando e aonde o ebola iria se alastrar

Modo escuro

Continua após a publicidade

	Ricardo Cappra: o brasileiro de 35 anos é consultor de estratégias digitais em grandes empresas como o Barcelona e o Governo dos EUA
 (Divulgação/Cappra Data Science)

Ricardo Cappra: o brasileiro de 35 anos é consultor de estratégias digitais em grandes empresas como o Barcelona e o Governo dos EUA (Divulgação/Cappra Data Science)

M
Marina Demartini

Publicado em 25 de maio de 2015 às, 09h51.

São Paulo – Quando a ONU precisou de um consultor de dados para frear o avanço do ebola, quem ela chamou para fazer parte de seu time? O brasileiro Ricardo Cappra, estrategista digital que tem um currículo de dar inveja até aos mais experientes da área.

Formado como técnico em processamento de dados, Cappra criou, aos 19 anos, uma empresa que oferecia serviços de tecnologia de informação. Além disso, ele colaborou na campanha presidencial de Barack Obama, em 2008, como consultor de estratégias digitais.

Atualmente, Cappra tem uma parceria com a Google, que permite que ele e seu time trabalhem na sede da empresa na Califórnia. Com esse grupo de 20 pessoas, ele já fez consultoria para empresas como a Coca-Cola, o Barcelona e a Gatorade.

No entanto, um dos maiores feitos do estrategista brasileiro está relacionado à saúde. Ele participou de um projeto que previu o surto do ebola cerca de nove dias antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciar formalmente a epidemia. E tudo isso foi feito a partir do big data, o armazenamento rápido de uma grande quantidade de dados.

Conduzido pela ONU, com auxílio do Google e do Governo dos EUA, o HealthMap é um banco de dados que peneira e reúne informações de milhões de mensagens de mídias sociais e outras fontes online. Em seguida, o programa usa esses dados para criar um relatório visual dos surtos de doenças globais.

“Nós rastreamos informações sobre o DNA do vírus, sua fragilidade e por onde entra o ebola. Depois cruzamos os dados para saber qual seria o próximo país que o ebola iria impactar”, diz Cappra, em entrevista a EXAME.com.

Antecipar surtos é uma prova de que usar dados na prevenção de doenças pode ser uma boa ideia. “Eu acredito que nós poderemos fazer previsões de quando um vírus vai virar uma epidemia mundial. Os vírus evoluem a partir de outros já existentes e isso já está mensurado. Um exemplo é o vírus Zika, uma evolução da dengue”, conta o estrategista.

Eureka!

P w∈Cuv x 2 w + 2P s,t∈Cuv dv(s, t)xsxt emb(u, v). Essa é a fórmula do amor, segundo Cappra. Não entendeu? Parece complicado, porém a ideia é bem simples: os seus hábitos nas redes sociais e, em geral, na internet define quem pode ser o amor de sua vida.

“No começo, nós utilizávamos o gênero e a idade para encontrar as pessoas que tinham mais afinidade com outras. Porém, nós percebemos que essas características distorciam a fórmula”, diz Cappra.

Assim, para a fórmula acima, não importa se você curte as mesmas páginas que outra pessoa, mas quando você decidiu gostar delas. Isso faz sentido, pois estudos apontam que as vontades, desejos e até a personalidade do ser humano mudam com o decorrer do tempo.

Violação de privacidade

A sensação de que estamos sendo vigiados é constante. Com as novas tecnologias e o uso do big data, todas as nossas informações podem ser utilizadas por grandes empresas, sem nem mesmo termos consciência disso.

Ao assinar contratos com mídias sociais, como Facebook, Twitter e até o WhatsApp, nós estamos compartilhando nossa privacidade com essas companhias. No entanto, a dúvida que fica é se o uso dessas informações irá ajudar ou atrapalhar nossas vidas.

Para Cappra, o homem não tem como fugir dessa evolução. “Se o serviço entregue por essas empresas for melhor que a coleta massiva de dados que elas querem e precisam, então a troca sempre irá valer a pena”, afirma o estrategista.

Contudo, ele acredita que regras precisam ser feitas para regularizar a utilização dessas informações. “Leis sobre o uso dos dados pessoais de bilhões de pessoas no planeta são necessárias. Apenas dessa maneira teremos transparência e a utilização correta desse compartilhamentos de dados”, diz Cappra. 

Últimas Notícias

Ver mais
Robô da Nasa encontra sedimentos de antigo lago em Marte. O que a descoberta significa?

Ciência

Robô da Nasa encontra sedimentos de antigo lago em Marte. O que a descoberta significa?

Há uma semana

Estrela que emite fumaça é descoberta na Via Láctea

Ciência

Estrela que emite fumaça é descoberta na Via Láctea

Há uma semana

Miniflorestas urbanas ajudam a combater as mudanças climáticas na Austrália

Ciência

Miniflorestas urbanas ajudam a combater as mudanças climáticas na Austrália

Há 2 semanas

Relógio do Juízo Final? Doomsday clock irá revelar o quão perto está o fim do mundo; entenda

Ciência

Relógio do Juízo Final? Doomsday clock irá revelar o quão perto está o fim do mundo; entenda

Há 2 semanas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

A regulamentação de cigarros eletrônicos pode trazer mais segurança para o consumidor?

A regulamentação de cigarros eletrônicos pode trazer mais segurança para o consumidor?

Escritórios Verdes, da JBS, regularizam 8 mil fazendas
EXAME Agro

Escritórios Verdes, da JBS, regularizam 8 mil fazendas

“Deixei o mundo corporativo para empreender com a Herbalife”

“Deixei o mundo corporativo para empreender com a Herbalife”

Loja pop-up da Lacoste em Trancoso conecta a marca com o verão brasileiro

Loja pop-up da Lacoste em Trancoso conecta a marca com o verão brasileiro

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais