Cães ajudaram humanos a derrotar Neandertais
Segundo teoria, quando humanos e cachorros primitivos se uniram na última Era Glacial, eles criaram um predador invencível
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Cachorros: cães primitivos não só ajudavam na perseguição como protegiam a presa abatida de outros carnívoros (sxc.hu)
Publicado em 30 de outubro de 2015, 19h38.
São Paulo - Uma nova teoria tenta responder a um dos mais misteriosos acontecimentos da evolução humana: por que fomos nós, os Homo sapiens, que dominamos a Terra, e não os neandertais?
Apesar de nossos colegas neandertais serem mais fortes e talvez mais espertos, há 45 mil anos, quando os primeiros humanos chegaram à Europa vindos da África, foram eles que levaram a melhor. Em pouco tempo, os neandertais estavam extintos.
Agora, a antropóloga Pat Shipman, professora da Pennsylvania State University, acredita ter a resposta para o enigma - e está naquele seu amigo que fica pedindo comida debaixo da mesa.
Shipman defende que houve uma aliança entre os homens e os primeiros cães domesticados (que na prática não se diferenciavam muito dos lobos) no momento em que os neandertaiscomeçaram a desaparecer.
A parceria entre os dois predadores teria garantido uma taxa de sucesso sem precedentes na caça de mamíferos da Era Glacial. Os cães não só ajudavam na perseguição como protegiam a presa abatida de outros carnívoros.
Em um período de mudanças climáticas radicais, esse trabalho em equipe teria aberto uma vantagem decisiva sobre os neandertais.
"Muitos fatores contribuíram para a extinção do neandertal. Um dos principais foi o aumento da competição na caça por causa dos humanos modernos. Isso tornou muito difícil a vida para eles", diz Shipman.
A antropóloga não sabe por que a aliança aconteceu apenas com os sapiens, mas acredita que os neandertais talvez não tivessem capacidade cognitiva para entender os canídeos, além de não se adaptarem tão bem a novos estilos de caça.
Qualquer que tenha sido o motivo, o resultado foi ótimo para nós. "Trabalhar com esses cães primitivos pode ter melhorado nossa capacidade de criar empatia e de compreender melhor pensamentos e intenções", diz Shipman.