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Astrônomos descobrem ecos de expansão após Big Bang

As ondas gravitacionais são ondulações minúsculas e primordiais que se propagam pelo cosmo

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	Albert Einstein: prevista por Einstein quase um século atrás, descoberta das ondas gravitacionais seria peça final de uma das maiores realizações do intelecto humano
 (Wikimedia Commons)

Albert Einstein: prevista por Einstein quase um século atrás, descoberta das ondas gravitacionais seria peça final de uma das maiores realizações do intelecto humano (Wikimedia Commons)

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Irene Klotz

Publicado em 17 de março de 2014, 15h48.

Nova York - Astrônomos anunciaram nesta segunda-feira terem descoberto o que muitos consideram o Santo Graal do setor: ondulações no tecido do espaço-tempo que são ecos da imensa expansão do universo que aconteceu pouco depois do Big Bang.

Prevista por Albert Einstein quase um século atrás, a descoberta das ondas gravitacionais seria a peça final de uma das maiores realizações do intelecto humano, ajudando os cientistas a entender como o universo começou e se tornou a miríade de galáxias e estrelas, nebulosas e vastas extensões de espaço vazio que constituem o universo conhecido.

"Detectar este sinal é um dos objetivos mais importantes da cosmologia hoje", disse John Kovac, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e que liderou a pesquisa, em um comunicado.

As ondas gravitacionais são ondulações minúsculas e primordiais que se propagam pelo cosmo. Os astrônomos as buscam há décadas, porque são a prova que falta para duas teorias, uma das quais inaugurou a era atual de pesquisa sobre as origens e a evolução do cosmo --a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, publicada em 1916-- e outra que deu os retoques finais nela, chamada inflação cósmica, desenvolvida nos anos 1980.

Uma fração de segundo após o Big Bang, a explosão do espaço-tempo que iniciou o universo 13,8 bilhões de anos atrás, o cosmo recém-nascido inflou muitas vezes seu tamanho inicial em menos de um quadrilionésimo de segundo (um ponto decimal seguido de 33 zeros e um 1).

As ondas gravitacionais foram detectadas por um telescópio no Pólo Sul chamado Bicep (Imagem de Fundo de Polarização Cósmica Extragalática, na sigla em inglês).


O instrumento, que escaneia o céu a partir do Pólo Sul, examina o que se chama de microonda cósmica de fundo, uma radiação extremamente fraca presente em todo o universo. Sua descoberta em 1964 pelos astrônomos dos laboratórios Bell, em Nova Jersey, foi saudada como a melhor prova até hoje de que o universo começou em uma explosão imensamente quente.

A micro-onda cósmica de fundo, que passou a banhar o universo 380 mil anos após o Big Bang, está meros três graus acima do zero absoluto, tendo esfriado até a quase não existência desde o plasma imensuravelmente quente que era o universo nas primeira frações de segundo de sua existência.

A radiação de fundo não é exatamente uniforme. Como a luz, essa relíquia é polarizada, como resultado da interação com elétrons e átomos no espaço.

Modelos de computador previram um padrão espiral particular na radiação de fundo que combinaria com o que seria esperado com a inflação do universo após o Big Bang.

A equipe não só encontrou o padrão, mas descobriu ser consideravelmente mais forte do que o esperado.

"Foi como procurar uma agulha no palheiro, e ao invés disso achar um pé de cabra", disse o co-líder do estudo Clem Pryke, da Universidade de Minnesota, em um comunicado.

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