Tem US$ 7 milhões sobrando? É o que pedem por tela da Tarsila do Amaral
Obra de 1929 será vendida pela galeria paulistana Bergamin & Gomide na feira Tefaf, que começa nesta sexta, 30
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Tela Idílio, de 1929, será leiolada em feira virtual (Divulgação/Divulgação)
Publicado em 29 de outubro de 2020 às, 16h37.
Última atualização em 29 de outubro de 2020 às, 16h47.
São 7 milhões de dólares ou cerca de 40 milhões de reais. É quanto a galeria paulistana Bergamin & Gomide está pedindo pela obra Idílio, de 1929, da artista Tarsila do Amaral (1886–1973). A obra será vendida na feira Tefaf, que ocorre de 30 de outubro a 4 de novembro e pela primeira vez, por razões óbvias, será online. Outra novidade: nesta edição, cada galeria participante apresentará somente uma obra.
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A tela da modernista pertence a um colecionador brasileiro, cujo nome, obviamente, é mantido em sigilo. Ele quer se desfazer da obra por razões desconhecidas, mas faz questão que ela saia do país só com novo dono, daí a escolha pela Tefaf digital (se optasse por um leilão tradicional, precisaria permitir que a tela viajasse, e correr os riscos de danificá-la).
A quantia na mesa é provavelmente a maior já pedida por uma obra da Tarsila em uma feira. São raras as telas dela disponíveis no mercado de arte. As que aparecem, geralmente, pertencem a fases mais tardias e menos valorizadas da pintora.
Fundada em 2012, a Bergamin & Gomide pertence a Antonia Bergamin e Thiago Gomide. Instalada nos Jardins, em São Paulo, é uma espécie de continuação da galeria criada 12 anos antes pelo pai da Antonia, a Bergamin. O foco é o chamado mercado secundário, que envolve principalmente a revenda de obras de artistas que já se foram. O único representado é o ilustrador Marcelo Cipis.
Jones Bergamin, o pai da galerista, é dono da casa de leilões Bolsa de Arte. Ele ganhou fama por promover leilões no Copacabana Palace que marcaram época. Uma das lembranças mais vivas da infância de Antonia, por sinal, é brincar com uma das célebres esculturas da série “Bichos”, da mineira Lygia Clark, dentro do hotel mais conhecido do país.
Naqueles eventos, Jones vendia criações de artistas renomados como Amilcar de Castro, Mira Schendel e Alfredo Volpi. Dá para imaginar algo assim hoje em dia? Não porque a maioria dos leilões do tipo permite lances virtuais e ninguém mais deixa encostar numa escultura da Lygia, mesmo que o intuito da artista fosse esse. Ao vender uma tela da Tarsila por quase 40 milhões de reais, Antonia mostra que o tino para os negócios da arte passou de pai para filha.
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