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Live commerce impulsiona o mercado e vende de colchões a apartamentos

Inspirado no mercado chinês, a Mimo conta com mais de 100 lives realizadas, 3 meses de agenda cheia e venda de apartamentos no portfólio

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Monique Lima e Etienne du Jardin, CEOs da Mimo. (Mimo/Divulgação)

Monique Lima e Etienne du Jardin, CEOs da Mimo. (Mimo/Divulgação)

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Julia Storch

Publicado em 23 de agosto de 2021 às, 08h24.

Última atualização em 23 de agosto de 2021 às, 13h41.

Quem não se lembra dos videogames, panelas modernas, facas afiadíssimas sendo vendidas na televisão nas décadas de 1990 e 2000. Parecia simples de adquirir, bastava uma ligação. Mal sabíamos que em 20 anos um vírus iria acelerar nossos hábitos de consumo online, fazendo com que consumidores comprem de colchões a apartamentos sem mesmo testá-los ou visitá-los. Sim, esta é a proposta do live commerce Mimo Live Sales.

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Com apresentadores famosos como Fernanda Souza e Arlindo Grund à frente das vendas, marcas contratam a Mimo, para fazer suas live commerces. Visto que, mais do que ter um e-commerce próprio, as marcas precisam saber vender online.

A plataforma é mais do que uma ferramenta que transmite a apresentação dos produtos. “Nosso principal diferencial são os dados que temos de performance. Sabemos dizer para uma marca quais são os melhores horários para a live, quais segmentações, quantidade de produtos e como deve ser o roteiro”, comenta a fundadora da Mimo, Monique Lima. 

Além disso, a Mimo oferece a tecnologia para as lives e um curso de como vender via live para as marcas e para o host do evento, que pode ser tanto vendedor da loja quanto um apresentador famoso. “E esse curso dobra o faturamento quando colocado em prática”, garante Lima.

De fato, os números não enganam. Em uma live em julho, em apenas uma hora, a marca de colchões Zissou vendeu o equivalente a um mês e obteve uma arrecadação oito vezes maior que o investimento realizado. A Mimo fica com 10% das transações na plataforma.

Travesseiro da Zissou. Marca vendeu o equivalente a um mês, em uma hora de live. (Zissou/Divulgação)

Outro modelo de faturamento da Mimo é através de um modelo de assinaturas com as marcas, sem valores divulgados. 

Para as sócias, o sucesso das vendas está aliado ao contato próximo aos clientes. “Se pessoa quer comprar, por exemplo, um moletom, ela pede pra ver a costura de pertinho, pede pra ver o forro por dentro, pergunta se a peça combina com calça jeans, se pode usar com uma saia, pede para modelo que tem o corpo parecido experimentar. Os consumidores conseguem tirar todas as dúvidas daquele produto, é como se elas realmente estivessem sendo atendidas dentro da loja”, explica a sócia e cofundadora da Mimo, Etienne Du Jardin. 

Com a maioria dos consumidores já acostumados às compras digitais, os perfis variam. “Nosso maior público são as mulheres entre 25 e 38 anos. Mas, fizemos uma live de drinques da Apothek, e praticamente só os homens compraram. Ficamos super impressionadas”, comentam as sócias. 

O início da Mimo

A história da empresa também é 100% digital, tanto que as sócias se conheceram pessoalmente após quatro meses de fecharem o negócio. Idealizada por Monique Lima, a ideia da Mimo surgiu a partir de dores familiares e profissionais. 

Executiva na Agência África, Monique desenvolvia projetos de tecnologia para grandes marcas, como Vivo, Itaú, Natura. “Eu gostava muito do meu trabalho na agência, mas eu também gostava bastante do ecossistema de empreender. Durante a pandemia, passamos a nos questionar como iríamos continuar consumindo. Pensando do lado das marcas, também veio uma dor pessoal. Minha irmã tem uma marca de sapatos, fiquei pensando como ela continuaria vendendo”, conta. 

Monique olhou então para o mercado chinês, que desde 2016 tem as live commerces como ferramenta de vendas e que, até então, não havia chegado ao Brasil. O teste da primeira live commerce foi com a Blue Bird Shoes, marca de sua irmã. “Os testes já foram muito legais, trezentas pessoas participaram, depois na segunda live foram seiscentas pessoas. O engajamento no chat me impressionou, e algumas marcas vieram falar com a Mimo, que mal existia ainda”, Monique conta rindo sobre o e-mail da empresa que ainda era uma conta Gmail.

Fora da Agência África, a executiva recebeu investimentos de colegas na agência para a nova empreitada. Porém, faltava uma sócia com expertise em tecnologia. Foi então, através de um grupo no WhatsApp que conversou com Etienne Du Jardin para pedir referências. A identificação entre as duas foi tão grande que a conversa mudou de rumo e se transformou em uma proposta de sociedade. Em junho do ano passado lançaram juntas a empresa.

Desde então a Mimo já conta com mais de 100 lives no portfólio, 700 marcas cadastradas, agenda de lives diárias marcadas até outubro e grandes planos para a Black Friday, em novembro.

“Decidimos que no nosso primeiro ano iríamos oferecer a tecnologia e toda a infraestrutura para as marcas. Nosso time faz todo o suporte para que os clientes entendam como alavancar. E isto é para nós também, para que a gente consiga desenhar como é funcionamento para determinados setores, porque na China eles vendem até foguete!”, diz Etienne.

Nenhuma empresa de foguetes contatou a Mimo, ainda. Em breve, a dupla conta com animação que venderá apartamentos através do live commerce.

O bilionário mercado de live commerces

Assim como o surgimento da Mimo, como uma brecha de vendas iniciado pela pandemia, o crescimento das vendas online saltou no ano passado no país. Segundo a Ebit Nielsen, em 2020 foram gastos mais de 87,4 bilhões de reais no Brasil em compras online, um aumento de 41% em relação a 2019. E 29% dos caminhos feitos até as lojas online, no segmento de roupas e calçados, foram através das redes sociais. 

Além disso, dos 79,7 milhões de consumidores, 13,2 milhões compraram online pela primeira vez, o que representa um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. 

Enquanto no Brasil o serviço começa a dar os primeiros passos, para a consultoria de tendências WGSN, o ‘consumentretenimento' já chegou ao mainstream, e novas plataformas, ferramentas de livestreaming e a aceitação do consumidor de massa indicam que a união das vendas à diversão não pode mais ser ignorada como canal de negócios.

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