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Do RJ para o mundo: como a moda praia de Lenny Niemeyer conquistou o mercado internacional

Com uma presença em mais de 150 pontos de venda internacionais, a projeção é de um crescimento de 20% até 2024

Isabeli Fontana desfila para a coleção verão 2024 Lenny Niemeyer. (Ze Takahashi/Divulgação)

Isabeli Fontana desfila para a coleção verão 2024 Lenny Niemeyer. (Ze Takahashi/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 16h22.

Última atualização em 22 de dezembro de 2023 às 17h17.

Das areias de Santos, para o Rio de Janeiro, a estilista Lenny Niemeyer veste mulheres nas praias brasileiras há décadas. Porém, os planos da empresária é expandir suas vendas de maiôs, biquínis, saídas de praia e vestidos para além do Brasil.

Há duas décadas, Lenny iniciava seu processo de exportação. A marca segue atualmente dois modelos de internacionalização adaptados às peculiaridades de cada mercado: o europeu, marcado por participações em feiras internacionais como a SPLASH em Paris, e o americano, com representantes em Nova York e Califórnia, além da participação em feiras locais.

O foco na consolidação internacional levou a uma revisão estratégica nos últimos três anos, resultando em coleções mais alinhadas aos mercados externos. Com uma presença em mais de 150 pontos de venda internacionais, a projeção é de um crescimento de 20% até 2024, enquanto no Brasil há 25 lojas e 200 pontos de venda no atacado. Mesmo com alto número de pontos de venda no exterior, a produção ocorre na confecção própria no Rio de Janeiro.

Para fortalecer a presença global, Lenny planeja entrar em grandes players e clientes internacionais nos próximos anos, com a estratégia de se manter nos atacados e marketplaces, enquanto também projeta a criação de um e-commerce global.

Em conversa à Casual EXAME, Lenny contou sobre os planos de expansão e internacionalização, estratégias de vendas, moda nacional e processo de sucessão e venda da marca.

Isabel Niemeyer, Branding, Raíssa Colelea, estilista convidada, Gabi Couth, head de estampas, Lenny Niemeyer e Telma Azevedo, diretora de estilo. (Ze Takahashi/Divulgação)

Como começou o processo de internacionalização da marca?

Iniciamos o processo de internacionalização há cerca de 20 anos com uma distribuidora na Europa, consolidando pedidos para nossa marca. Atualmente, além da distribuidora na Europa, criamos modelos diferentes, incluindo um representante americano e relações públicas locais nos EUA, visando expandir nossa presença internacional.

O representante americano não atua mais apenas como distribuidor; agora, ele foca em promover nossa marca nos EUA, com presença em locais como Califórnia, Los Angeles e Nova York. Estamos investindo em relações públicas locais e modelos de representação nos EUA, buscando uma presença mais forte no mercado internacional.

Como a marca lida com diferentes modelos de modelagem, considerando a preferência dos clientes em diferentes regiões?

A marca trabalha com uma modelagem brasileira abrangente, mas reconhece a importância de oferecer uma modelagem americana para atender às preferências específicas desse mercado. Mantemos uma abordagem clássica nas estampas, adaptando-se às preferências locais.

Qual é a estratégia de canais de venda da marca, considerando lojas próprias, franquias e marketplaces?

A marca adota uma abordagem multicanal, incluindo lojas próprias, franquias, atacado com mais de 250 pontos de venda, e participação em marketplaces, mantendo uma estratégia uniforme de preços e lançamentos.

Como está o processo de sucessão na marca, com a entrada de Isabel [filha de Lenny] e seu papel na empresa?

Isabel está em um processo de formação, atuando na concepção de projetos e trazendo um olhar criativo para a marca, especialmente nas áreas de estilo e produto.

É notável o movimento de marcas nacionais entrando em grupos como o Soma e a AR&CO, está nos seus planos a venda da empresa?

Vender marca poderia ser uma opção sim, porque por exemplo todo esse movimento que a gente falou sobre internacionalizar a marca, ajudaria muito porque a gente trabalha dentro do orçamento muito rígido. Então, ter um investidor seria maravilhoso, pois poderíamos pular etapas. O problema, primeiro é que a marca tem meu nome, então eu teria que vender minha marca para alguém que tivesse ou muito o DNA da marca, ou que não se envolvesse na minha parte do meu estilo. Embora minha marca seja desejável, eu não pretendo vender para qualquer um.

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