Alfa Nero: ilha do Caribe quer se livrar de superiate abandonado; entenda e veja fotos
De acordo com a Bloomberg, o país caribenho afirma que o Alfa Nero pertence a Andrey Guryev, bilionário da indústria dos fertilizantes que enfrenta sanções internacionais
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Autoridades afirmam que o superiate passou a ser um “perigo flutuante” (Bing Guan/Bloomberg/Getty Images)

Publicado em 31 de maio de 2023 às, 07h36.
Última atualização em 31 de maio de 2023 às, 07h42.
Uma embarcação de luxo, com mais de 81 metros e 2,5 mil toneladas. Atracado desde o início da guerra na Ucrânia, o Alfa Nero foi abandonado em Antígua e Barbuda, no Caribe, e agora o governo deseja se livrar da construção. Autoridades afirmam que o superiate passou a ser um “perigo flutuante” — e caro.
Apenas o diesel para manter o gerador em funcionamento custa uma pequena fortuna, e as contas, que chegam a R$ 555 mil por mês, têm sido custeadas pela marinha local. Construído em 2007, o navio, avaliado em US$ 120 milhões (R$ 595 milhões) tem luxos como uma piscina de borda infinita de 12 metros, spa e jacuzzi.
De acordo com a Bloomberg, o país caribenho afirma que o Alfa Nero pertence a Andrey Guryev, bilionário da indústria dos fertilizantes que enfrenta sanções internacionais. Com patrimônio estimado em U$ 10,1 bilhões (R$ 50 bilhões), ele é fundador e maior acionista da PhosAgro, uma das maiores empresas de fertilizantes da Europa.
Advogados do magnata de 62 anos, no entanto, negam que a embarcação seja dele. Guryev é alvo de sanções de Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia por seus laços com o presidente russo Vladimir Putin. A ação, que começou após a guerra na Ucrânia, tem como objetivo pressionar o Kremlin a encerrar a invasão no território ucraniano.
“Como informamos às autoridades de Antígua, o Sr. Guryev não é proprietário nem controla o Alfa Nero e simplesmente usou o navio de vez em quando sob afretamento comercial desde 2014”, escreveu o representante legal do magnata russo.
Lance mais alto
As autoridades pediram aos EUA que suspendessem suas sanções ao iate para que Antígua pudesse leiloá-lo pelo lance mais alto, e, assim, pagar as despesas. O site local Loop Caribbean apurou que o governo já recebeu mais de 20 propostas para venda do barco.
“Relatórios do Embaixador de Antígua e Barbuda em Washington, EUA, dizem que o Tesouro dos EUA e o Departamento de Estado dos EUA estão colaborando para permitir que um novo proprietário tome posse e tenha permissão para navegar livremente nos EUA, pelos oceanos e outros lugares”, indica Antígua e Barbuda, em nota ao Loop Caribbean.
Em março, o gerente do porto de Antigua, Darwin Telemaque, disse que, se ninguém provar a propriedade do Alfa Nero até o fim daquele mês, ele seria forçado a levá-lo a leilão. De acordo com ele, a maior preocupação atual é que o navio seja abandonado e obstrua o tráfego no porto mais movimentado de Antígua. A decisão de colocá-lo à venda visa a evitar incidentes futuros por falta de manutenção
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