(Reprodução/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2022 às 10h00.
O vice-presidente da GIC, companhia que gere recursos do governo de Singapura, sobe a um palco. Trata-se de Eduardo Vasconcelos, que está pronto para mediar um debate sobre criptomoedas e blockchain no aniversário da Fundação Estudar, em São Paulo.
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O especialista se ajeita, pega o microfone e começa a chamar os outros convidados. Primeiro, Ronaldo Lemos, presidente da Comissão de Tecnologia da OAB, surge online. Depois, presencialmente, aparecem Juliana Walenkamp, especialita em cripto da Alma DAO, e Roberto Dagnoni, CEO do Mercado Bitcoin.
A essa altura, o time parece completo. Estão ali quatro figuras experientes, renomadas, prontas para debater o futuro do mercado financeiro global. No último instante, porém, após problemas de conexão, um último rosto aparece e contrasta com o dos demais. É um garoto loiro, magro, com jeito de adolescente, que para os mais desavisados poderia com certeza estar ali por engano.
“Há pouco anos, não havia criptomoedas no mundo e nem o próprio Richard estava aqui”, brinca Eduardo para a plateia composta por membros da rede da Fundação Estudar e por jovens recém-aprovados no Programa de Líderes da instituição.
Em alguns rostos, porém, a dúvida ainda permanece. “Quem é o garoto?”, alguém questiona num canto.
Richard Sälli, adolescente suíço que ainda vai completar 16 anos em 2022, não estava no debate por engano. Apesar da idade, que o diferencia de qualquer outro especialista em investimentos no mundo, o garoto em breve deve completar uma década de experiência no mercado.
Mas como?
Acontece que Richard não entrou no mundo dos investimentos por acaso. Aos 7 anos, quando comprou sua primeira ação, ele já vivia em um ambiente ligado a investimentos. No escritório do pai, que gerenciava investimentos em uma gestora de ativos, termos complexos para leigos eram ouvidos e absorvidos a todo instante.
Daí em diante, de forma natural, era quase certo que ele fosse atuar um dia no setor. O que ninguém esperava, porém, é que seus primeiros passos seriam tão precoces.
“Eu acho bem simples [o mundo dos investimentos]”, disse ele em entrevista ao site alemão Finews.
Após comprar sua primeira ação, Richard precisou de mais 3 anos para, de fato, mostrar que tinha talento para o assunto, e que o primeiro passo não havia sido apenas uma brincadeira de criança.
Aos 10 anos, ele participou de uma competição de investimentos com mais de 2 milhões de pessoas e foi o melhor entre todos com um desempenho de 5000% de lucro ao longo de um ano.
O episódio abriu as portas do setor para Richard, que, aos 13 anos, fundou a ichifinancial Trading Group, uma gestora de investimentos dedicada a cuidar dos recursos de familiares e amigos. Agora, a empresa foi ampliada, ainda é gerenciada pelo jovem, e passou se chamar Secanta Capital Research.
Em 2021, sua companhia passou a ter ações negociadas nas bolsas da Suíça e da Alemanha, e Richard começou a se especializar em companhias líderes em tecnologias disruptivas como genética, impressão 3D, blockchain, inteligência artificial e robótica.
Ao mesmo tempo, Richard está no segundo ano do ensino médio, e diz que vai poder se dedicar melhor à carreira somente quando finalizar os estudos.
O sucesso de Richard Sälli tem a ver com seu talento e também com sua rede. Além da influência da família, que nunca o “empurrou” para o trabalho com finanças, o garoto também tem como mentor o empresário Jorge Paulo Lemann, um dos fundadores da Fundação Estudar, e um dos nomes mais importantes do mundo no setor.
A paixão de Richard, ele diz, são empresas de baixa capitalização. Ou seja: que possuem ações que podem ser negociadas a baixos valores, mas que têm grande potencial segundo suas análises. “Fico fascinado quando posso conseguir muito com meu compromisso financeiro em empresa dessa natureza”, explica.