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Para Bill Gates, estes dois empregos serão os mais afetados pela inteligência artificial

Fundador da Microsoft acredita que a IA pode resolver a escassez desses profissionais, mas também levanta questões sobre o futuro do trabalho humano

Bill Gates: bilionário discute como a IA pode transformar o mercado de trabalho (Chip Somodevilla/Getty Images)

Bill Gates: bilionário discute como a IA pode transformar o mercado de trabalho (Chip Somodevilla/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 16 de abril de 2025 às 07h10.

Última atualização em 16 de abril de 2025 às 07h11.

Bill Gates afirmou que a Inteligência Artificial (IA) pode ser a solução para a escassez de médicos e professores, um problema de longa data em muitos países. Em uma entrevista no podcast "People by WTF", publicada na última sexta-feira, Gates disse que a IA pode fornecer o “QI médico”, preenchendo as lacunas nesses setores cruciais.

O empresário, que tem se dedicado à saúde pública, destacou que países como Índia e nações africanas ainda enfrentam sérias dificuldades para fornecer cuidados médicos devido à falta de profissionais.

Nos Estados Unidos, o problema também é grave, com um relatório da Associação de Faculdades de Medicina dos EUA prevendo que o país enfrentará uma escassez de até 86.000 médicos até 2036.

Gates mencionou que é necessário um número significativo de médicos para garantir que todas as pessoas, especialmente minorias, pessoas sem seguro de saúde e aquelas que vivem em áreas rurais, recebam o atendimento necessário.

Para enfrentar esse desafio, várias startups de saúde focadas em IA, como Suki, Zephyr AI e Tennr, estão arrecadando bilhões de dólares para automatizar tarefas repetitivas, como cobranças e anotações, melhorando a precisão nos diagnósticos e identificando pacientes para tratamentos inovadores.

Além disso, o uso de IA também está se expandindo para o setor educacional. Nos EUA, 86% das escolas públicas de ensino fundamental e médio relataram dificuldades em contratar professores para o ano letivo de 2023-24.

No Reino Unido, uma escola de Londres começou a substituir alguns professores por ferramentas de IA, como o ChatGPT, para ajudar os alunos a se prepararem para exames. Embora haja preocupações sobre o uso da IA para fraudes, muitos educadores estão otimistas quanto ao potencial da IA para economizar tempo dos professores e melhorar o aprendizado dos alunos.

Gates também levantou a questão de que a IA pode afetar uma gama ainda maior de trabalhadores, como operários de fábricas, equipes de construção e funcionários de hotéis, substituindo tarefas manuais realizadas por humanos. Gigantes da tecnologia, como a Nvidia, estão investindo em robôs humanoides projetados para realizar tarefas como pegar itens em armazéns e esfregar pisos.

Refletindo sobre essas mudanças, Gates sugeriu que o futuro do trabalho pode ser drasticamente reduzido, ou pelo menos, ter uma aparência muito diferente da atual. "Você pode se aposentar mais cedo, pode ter uma carga de trabalho mais curta", disse ele, destacando que será necessário um repensar filosófico de como o tempo deve ser gasto.

Gates, que passou quase 70 anos em um mundo de escassez, admitiu que é difícil para ele adaptar sua mentalidade a essas mudanças. Ele também fez referência ao economista John Maynard Keynes, que previu, em 1930, que os avanços tecnológicos poderiam reduzir a jornada de trabalho para apenas 15 horas semanais.

Apesar dos grandes avanços em produtividade, Gates observou que a maioria das pessoas ainda trabalha cerca de 40 horas semanais.

"Eu não preciso trabalhar", concluiu Gates. "Eu escolho trabalhar. Por quê? Porque é divertido."

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