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Apresentado por PRÊMIO CLAUDIA

Marchande à brasileira

Conheça a história e o projeto da empresária Fernanda Feitosa, vencedora na categoria Negócios, no Prêmio CLAUDIA 2017

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 (Ariel Martini, Mariana Pekin e Pablo Saborido/Reprodução)

(Ariel Martini, Mariana Pekin e Pablo Saborido/Reprodução)

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Giuliana Bergamo, editado por Abril Branded Content

Publicado em 6 de novembro de 2017, 14h26.

Última atualização em 7 de novembro de 2017, 16h19.

O Prêmio CLAUDIA não é exatamente um evento artístico. Também não fala de sonhos sem lastro, mas de projetos realizados. Sua essência é a boa reportagem, que, ao longo dos últimos 22 anos, tem descoberto e promovido brasileiras que batalham para construir ou consertar o país. Na grande festa de premiação, porém, o jornalismo ganha tons de arte e contagia. Na noite de 2 de outubro, 1,1 mil pessoas estiveram na Sala São Paulo, na capital paulista, para conhecer o perfil e a obra de 24 finalistas e acompanhar de perto o anúncio dos nomes vencedores.

A seguir, conheça a história da empresária Fernanda Feitosa, 50 anos, premiada na categoria Negócios. 

O que ela faz: É fundadora da SP-Arte, feira anual que colocou o Brasil no roteiro do mercado mundial de obras de arte

Quando voltou da Argentina, em 2004, depois de um período sabático com o casal de filhos e o marido, a advogada Fernanda Feitosa trouxe na bagagem um sonho: colocar o Brasil no roteiro das feiras internacionais de arte. A ideia já desembarcou aqui em forma de plano de negócio, que ela estruturou sozinha ao longo de dois meses. “Sabia que tínhamos o ambiente ideal para fazer algo do tipo: artistas talentosos, um conjunto de galerias já expressivo e um público ávido por conhecer e consumir as obras”, diz. O único entrave importante eram os impostos altos praticados no país para produtos trazidos de fora, o que barrava a entrada de expositores estrangeiros. “Para resolver esse problema, consegui que o governo do estado de São Paulo não cobrasse ICMS de peças de arte nos dias de feira”, conta. Como modelo de evento, Fernanda mirava o caso da São Paulo Fashion Week, que, anos antes, passara a atrair os olhares do mundo para os estilistas brasileiros.

O projeto materializou-se rapidamente. Em 2005, aconteceu no primeiro andar do prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, a primeira edição da SP-Arte, da qual participaram 40 galerias – entre elas, apenas  uma estrangeira. De lá para cá, a capital paulista já foi palco de outras 12 edições. Na mais recente, realizada em abril passado, 30 mil pessoas conferiram os trabalhos de 134 galerias, cerca de um terço delas de fora do país. O evento contou ainda com área dedicada ao design e programação de visitas guiadas. O relatório anual de 2016 do The Art Newspaper, periódico internacional sobre o segmento, incluiu o negócio de Feitosa no terceiro lugar do ranking das seis feiras que mais cresceram entre os anos de 2011 e 2015. No topo do pódio estão a Contemporary Istambul, na Turquia, e a Art Stage Singapore, em Singapura. Para ter uma ideia, apesar da crise deste ano o total de vendas somou 200 milhões de reais, 6,5 vezes o valor alcançado em 2010.

“Mais do que vender as obras e divulgar o trabalho dos artistas e galerias, acredito que a SP-Arte tem o papel de formar o público”, declara. Segundo ela, só um em cada dez visitantes sai da Bienal com obras para levar para casa. Os outros estão ali para passear. “E é justamente para esses nove que mais trabalho. Meu objetivo é fazer com que eles passem a apreciar o que estão vendo ali e, no futuro, consumam também.”