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Machismo digital? ‘Manterrupting’ segue em videoconferências

Pesquisa mostra que 45% de mulheres líderes têm dificuldade de falar em encontros virtuais

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Frustação: mulheres são frequentemente interrompidas por homens, até mesmo em ambientes viruais (skynesher/Getty Images)

Frustação: mulheres são frequentemente interrompidas por homens, até mesmo em ambientes viruais (skynesher/Getty Images)

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Murilo Bomfim

Publicado em 5 de setembro de 2020, 15h55.

Entre o público mais afeito às questões de diversidade, o termo “manterrupting” ganhou força nos últimos anos. Trata-se de um misto das palavras “man” (homem) e “interrupting” (interrompendo ou interrupção).

O anglicismo se refere aos momentos de machismo em que um homem interrompe uma fala de uma mulher por entender, mesmo inconscientemente, que ela está errada, está falando algo irrelevante ou, ainda, que ele pode falar melhor por acreditar que tem um maior domínio de um assunto.

Se a prática era comum em reuniões presenciais, tudo indica que ela segue acontecendo no ambiente digital. Segundo uma pesquisa da consultoria Catalyst, 45% das líderes mulheres afirmam ter dificuldade em falar em encontros virtuais.

Além disso, cerca de 20% das mulheres dizem se sentir ignoradas ou negligenciadas por colegas durante as chamadas em vídeo. E, para 60% das trabalhadoras, o trabalho remoto diminui as chances de promoção quando comparado ao modelo presencial.

Paradoxo

A mesma pesquisa, realizada com cerca de mil funcionários nos EUA, aponta que 70% deles acredita que a pandemia deve acelerar a igualdade de gênero nas empresas. Eles acreditam que o trabalho remoto é uma oportunidade de avançar nas ações de diversidade e inclusão.

No entanto, há um ceticismo em relação ao sobre o comprometimento das organizações em relação às ações na área. Entre os entrevistados, 60% não acreditam que suas empresas estão seriamente engajadas no tema, criando meios para promover um ambiente inclusivo.

Saúde mental

O estudo traz, ainda, um recorte sobre o estado de saúde mental dos profissionais. Em média, 45% dos funcionários se sentem mais estressados em relação a suas vidas laborais. O dado flutua de acordo com o público analisado: o estresse afeta mais as mulheres com cargos de liderança (62%) e menos os funcionários homens (37%).

Em entrevista à EXAME, Tatiana Iwai, professora de comportamento organizacional e liderança do Insper, alerta que o trabalho remoto pode ter efeito positivo ou negativo na igualdade de gênero nas empresas. Isso porque, ao observar uma mulher fazer home office e acumular tarefas domésticas, os homens pode ficar mais empático, até mesmo como gestor.

Por outro lado, é possível que os homens passem a duvida da capacidade de entrega das mulheres, justamente pelo fato de que o trabalho doméstico acaba caindo nas costas delas. "O avanço da igualdade de gênero depende da cultura de diversidade nas empresas, mas, sobretudo, da atitude de seus líderes", diz Iwai. "Só eles podem definir o tom para encorajar ou coibir práticas discriminatórias."

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