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Como estruturar um feedback sanduíche de forma eficaz (e quando evitar essa técnica)?

Técnica ajuda a suavizar críticas e reforçar comportamentos positivos, mas pode perder eficácia se usada sem critério

O feedback sanduíche pode ser uma excelente ferramenta de gestão de pessoas, desde que usada com autenticidade e alinhada ao perfil do time (foto/Thinkstock)

O feedback sanduíche pode ser uma excelente ferramenta de gestão de pessoas, desde que usada com autenticidade e alinhada ao perfil do time (foto/Thinkstock)

Publicado em 19 de maio de 2025 às 17h04.

Uma conversa de feedback pode ser o ponto de virada na trajetória de um profissional — para melhor ou para pior. É nesse cenário que surge o feedback sanduíche, uma estratégia que propõe equilibrar elogios e críticas dentro de uma estrutura simples, mas eficaz. A ideia é começar com um reconhecimento, introduzir a crítica no meio e encerrar com encorajamento. Parece fácil, mas exige autenticidade e bom senso para não soar artificial ou manipulativo.

Essa técnica é bastante comum em ambientes corporativos que valorizam a cultura de desenvolvimento contínuo. No entanto, como toda ferramenta de comunicação, seu sucesso depende da forma como é aplicada e, principalmente, do contexto em que é utilizada.

O que é o feedback sanduíche

O modelo do feedback sanduíche propõe intercalar uma crítica entre dois comentários positivos. A lógica é simples: amenizar o impacto da crítica ao envolvê-la entre elogios genuínos, promovendo receptividade e engajamento por parte do interlocutor.

O objetivo não é mascarar o problema, mas criar um ambiente mais seguro e construtivo para discutir pontos de melhoria. Quando bem feito, o método ajuda a manter o relacionamento profissional saudável e a autoestima preservada.

Como estruturar a técnica de forma eficaz

1. Comece com um elogio específico:
Evite comentários genéricos. Em vez de dizer “você é ótimo”, destaque algo real, como “sua apresentação ontem foi clara e bem estruturada”. Isso cria uma base positiva e sinaliza atenção genuína ao trabalho da pessoa.

2. Insira a crítica com objetividade e respeito:
Apresente o ponto a ser melhorado com clareza. Foque em comportamentos ou resultados observáveis, e não em características pessoais. Use exemplos concretos e, se possível, ofereça sugestões práticas.

3. Feche com um reforço positivo ou incentivo:
Conclua com uma mensagem que renove a confiança e a motivação do colaborador. Pode ser um reconhecimento por outro aspecto do desempenho ou uma expectativa positiva sobre a evolução.

4. Promova diálogo:
Incentive que a pessoa traga sua perspectiva. Ouvir também faz parte do processo e demonstra respeito pela autonomia do outro.

Quando evitar o feedback sanduíche

Apesar das vantagens, a técnica pode se tornar contraproducente em alguns contextos. Veja quando é melhor buscar outra abordagem:

  • Quando o elogio parecer forçado: elogios vazios geram desconfiança e diminuem a credibilidade da crítica.
  • Se a técnica for usada repetidamente: o colaborador pode “prever” o modelo e focar apenas na crítica, ignorando os pontos positivos.
  • Em situações graves: em casos de condutas inadequadas ou erros críticos, a objetividade e a urgência exigem uma abordagem mais direta.
  • Com perfis que preferem franqueza: nem todo mundo responde bem a conversas suavizadas. Alguns profissionais valorizam transparência acima de qualquer filtro.
  • Quando o objetivo é apenas suavizar o desconforto: feedbacks devem sempre buscar a melhoria, não apenas preservar o clima.

Equilíbrio entre empatia e objetividade

O feedback sanduíche pode ser uma excelente ferramenta de gestão de pessoas, desde que usada com autenticidade e alinhada ao perfil do time. Saber reconhecer conquistas, apontar caminhos para evolução e manter o diálogo aberto são atitudes que fortalecem a cultura de confiança e desenvolvimento. E, como todo bom líder sabe, a forma como se diz algo é tão importante quanto o que se diz.

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