Este verbo é vítima de muitos erros de concordância em português
CABER, do latim capere, é alvo de inúmeros desvios de concordância, principalmente quando há a inversão:
"Cabe muitas análises neste processo da Lava-Jato."
"Diante do resultado, não cabe reclamações ao time paulistano."
Nos dois exemplos acima, o verbo deveria estar no plural, concordando com o sujeito:
"Cabem muitas análises neste processo da Lava-Jato."
"Diante do resultado, não cabem reclamações ao time paulistano."
Apesar disso, o verbo ficaria no singular se o sujeito da oração fosse uma oração. O gramático Domingos Paschoal Cegalla sugere dois exemplos:
"Se a decisão do juiz foi justa, não cabe fazer reclamações."
"Investigar essas irregularidades cabe ao poder público."
Herberto Sales, em Rio dos Morcegos, redige assim:
"Se Cesaltino preferia não falar sobre seus parentes, haveria de ter para isso os seus motivos, que nos cabia discutir nem saber quais eram."
Caber é classificado como verbo irregular, justamente por apresentar alterações no seu radical. Vejamo-lo em dois tempos:
Presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem.
Pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam.
Ademais, de acordo com a língua-padrão, não há imperativo para o citado verbo.
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Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa - CPJUR
Autor Gramatical pela Editora Saraiva