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Este conhecimento fará você nunca mais errar ao usar a vírgula

Professor Diogo Arrais explica para que serve o estudo da Sintaxe da Língua Portuguesa

Livros: qual foi a última vez que você estudou gramática do português (Rostislav_Sedlacek/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2017 às 14h54.

Última atualização em 18 de julho de 2017 às 14h57.

Por que estudar Sintaxe da nossa Língua Portuguesa? Essa é a pergunta de muitos brasileiros, de muitos estudantes.
A sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. É por meio do conhecimento sintático que se compreende a organização das sentenças.

Sem tal conhecimento, fica difícil dominar o uso da vírgula (apesar de os próprios autores não entrarem em consenso em relação a alguns casos). Quem depende da língua-padrão sabe: não há vírgula isolada (unitária) entre sujeito e verbo, tampouco entre verbo e objeto. Dois casos ilustrativos com o uso inadequado:

"A jornalista, avisou os colegas da alteração do horário."

"A jornalista avisou, os colegas da alteração do horário."

Mais uma vez: o estudante que não identifica a relação sujeito-verbo-objeto não aprende a norma; fica, por vezes, perdido em malabarismos de memorização, como o folclórico "a cada respirada, uma vírgula".
Além disso, com o estudo da sintaxe, virão as observações em relação aos adjuntos adverbiais. Quando iniciam um período, essas palavras adverbiais devem - em tese - ser sinalizadas. Seguem dois trechos adequados à norma:

"Na semana passada, eles pediram manifestações sobre a Reforma."
(na semana passada - adjunto adverbial de tempo)

"Após clima tenso, o Congresso anuncia nova votação."
(após clima tenso - adjunto adverbial de tempo)

Veja como a relação sujeito-verbo-objeto não foi separada por vírgula alguma.

Apesar de tudo isso, falta um padrão para o uso da vírgula diante de expressões adverbiais postas antes do sujeito. Recomendam muitas obras: expressões adverbiais simples (de curta extensão) devem fazer o uso facultativo da vírgula:

"Amanhã, o ministro convocará manifestantes."
(amanhã - advérbio simples de tempo)

"Ontem, o chefe pediu mais empenho."
(ontem - advérbio simples de tempo)

Entre os autores gramaticais e escritores clássicos, infelizmente não há acordo sobre o que vem a ser "longa" ou "curta" extensão. Em provas, processos seletivos e escrita profissional, vale sinalizar obrigatoriamente o advérbio em locução (os mais expressivos, maiores, formados por três ou mais expressões).

"Recentemente, o país pediu mudanças."
(uso facultativo da vírgula)

"Depois de muitas denúncias, o país pediu mudanças."
(uso obrigatório da vírgula)

Essa, caro leitor, é a base do uso. Com o domínio, muitas polêmicas surgirão em sua mente; a boa pontuação está ligada à sensatez, é como o tempero na culinária e exige sensibilidade.

Por isso, tenha um acervo com gramáticas diversas, bons dicionários e pratique muito.
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!

 

Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa - CPJUR - portalcpjur.com.br
Autor Gramatical pela Editora Saraiva

 

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