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Esta pesquisa pode ter descoberto o segredo para o carisma

Novo estudo da Universidade de Queensland diz que o magnetismo exercido por figuras como Barack Obama pode estar ligado à velocidade de raciocínio; entenda

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	Barack Obama: carisma pode estar ligado à agilidade de pensamento, sugere nova pesquisa
 (Getty Images/Chip Somodevilla)

Barack Obama: carisma pode estar ligado à agilidade de pensamento, sugere nova pesquisa (Getty Images/Chip Somodevilla)

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Claudia Gasparini

Publicado em 15 de dezembro de 2015 às, 14h00.

São Paulo - O que figuras tão díspares quanto Barack Obama, Hebe Camargo e Mahatma Gandhi têm em comum?

A resposta é uma característica difícil de definir, mas fácil de reconhecer: o carisma.

A palavra vem do grego "khárisma", que significa "graça", "favor". De forma simplificada, trata-se de um charme sutil que diferencia certas pessoas - e pode transformá-las, eventualmente, em objeto da idolatria de multidões.

Embora a maioria dos carismáticos não chegue a formar legiões de seguidores, seu poder de fascínio sobre os outros se traduz em vantagens tanto para sua vida pessoal quanto para a profissional.

Mas o que está por trás desse magnetismo quase inexplicável?

Um estudo divulgado neste mês por cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, pode lançar novas luzes sobre o mistério.

A pesquisa, que se debruçou sobre um total de 417 pessoas, foi conduzida em duas etapas.

Na primeira, os participantes fizeram testes de inteligência e personalidade, e foram avaliados por seus amigos em dois quesitos: habilidades sociais e grau de carisma.

Em seguida, precisaram reagir a uma série de estímulos bruscos. Era preciso, por exemplo, responder o mais rápido possível a demandas como “diga o nome de uma pedra preciosa”, ou indicar de qual lado da tela de um computador aparecia um ponto luminoso. O objetivo era medir a agilidade mental dos indivíduos analisados.

Cérebros velozes

Ao cruzar os resultados, os estudiosos australianos perceberam uma constante: as pessoas mais carismáticas eram as que pensavam mais rápido.

“Embora nós esperássemos que a velocidade mental tivesse uma relação com o carisma, nós achávamos que seria menos importante do que o QI”, diz William Von Hippel, um dos responsáveis pelo experimento. "Em vez disso, descobrimos que a inteligência conta menos do que a rapidez de raciocínio”.

A pesquisa apontou ainda um contraponto interessante: os donos dos cérebros mais velozes eram os mais carismáticos, mas não eram os mais bem avaliados quanto a outras competências sociais, tais como a capacidade de fazer comentários engraçados e lidar com conflitos.

Para os pesquisadores, não existe uma interpretação definitiva para os resultados.

Uma hipótese é que as pessoas que pensam rápido conseguem imaginar um leque maior de respostas a situações sociais - e, graças à sua agilidade, podem se dar ao "luxo" de escolher a mais cativante de todas.

No comando das emoções

Os mecanismos por trás do carisma são alvo constante de investigação por parte de estudiosos do comportamento.

Segundo o psicólogo Keith Simonton, autor do livro “Por que os presidentes têm sucesso”, pessoas com essa característica costumam preferir as palavras concretas às abstratas. 

Os políticos mais bem-sucedidos da história, diz ele, substituem frases como “Eu compreendo o seu ponto de vista” por expressões mais palpáveis, como “Eu sinto a sua dor”.

“As pessoas não fazem associações ricas com palavras abstratas como inferência, conceito ou lógica”, diz ele à APA (American Psychological Association). “Os presidentes mais carismáticos atingiram uma conexão emocional com as pessoas conversando não com o cérebro, mas com as vísceras delas”.

A inteligência emocional é outra carta na manga dos carismáticos. Para Ronald E. Riggio, professor da Claremont McKenna College, indivíduos que conseguem expressar seus próprios sentimentos e interpretar os alheios tendem a ser mais cativantes.

Hábeis quando o assunto é emoção, os carismáticos chegam a regular o humor das pessoas à sua volta. “Todos nós conhecemos pessoas que parecem ‘acender a luz’ de um ambiente quando chegam", escreve o estudioso no site Psychology Today. "O mais típico é que elas afetem você positivamente, mas elas também podem deixá-lo agitado quando estão nervosas ou irritadas”.

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