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Desvantagens de mulheres no mercado de trabalho vão além do salário

"Se as mulheres não forem incorporadas ao mercado de trabalho, vai haver um custo", afirma especialista sobre resultados do relatório da OIT

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"A divisão das tarefas domésticas por gênero ainda é assustadoramente desigual", aponta o documento (Paulo Fridman/Bloomberg)

"A divisão das tarefas domésticas por gênero ainda é assustadoramente desigual", aponta o documento (Paulo Fridman/Bloomberg)

A
AFP

Publicado em 27 de agosto de 2019 às, 19h49.

Última atualização em 29 de agosto de 2019 às, 18h25.

As mulheres ganham 17% menos que os homens na América Latina e no Caribe, mas as "condições desfavoráveis" que enfrentam no mercado de trabalho não se restringem aos salários, afirmou nesta terça-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

"A taxa de desemprego feminina excede a masculina e persistem as barreiras culturais na entrada de homens e mulheres em segmentos importantes dos mercados de trabalho predominantemente femininos (serviço doméstico) e predominantemente masculinos (mineração)", afirmou a OIT em relatório divulgado em Lima.

Embora a presença da mulher no mercado de trabalho tenha aumentado significativamente, foi em maior medida no "trabalho em período parcial, informalidade, emprego esporádico e autoemprego", destacou a OIT.

Essas "brechas de gênero" são "uma das formas de desigualdade claramente injustificáveis hoje em dia", disse o organismo, alertando que elas não representam apenas um problema de direitos, mas também econômico, pois atrapalham o crescimento dos países.

80% do trabalho doméstico

A OIT recomendou a adoção de políticas para fomentar a incorporação da mulher ao universo do emprego e propôs que as empresas adotem sistemas de contratação de funcionários "sem preconceitos de gênero", entre outras medidas.

O relatório destacou que mulheres recebem salários, em média, "17% inferiores ao de homens com a mesma idade de nível educacional". Ele ainda alertou que "a velocidade de participação feminina no mercado de trabalho, que vinha aumentando, desacelerou" após o ano 2000.

A publicação "Mulheres no mundo do trabalho. Desafios pendentes para uma equidade efetiva na América Latina e no Caribe" destaca que as "brechas de receitas de trabalho estão caindo", mas "em ritmo lento".

Uma das formas de favorecer a incorporação das mulheres a empregos remunerados é dar fim à distribuição "desigual" das tarefas domésticas, segundo relatório apresentado pelo diretor regional da OIT, Juan Felipe Hunt, e outros funcionários.

"A divisão das tarefas domésticas por gênero ainda é assustadoramente desigual. As mulheres se encarregam de 80% das tarefas do lar, o que restringe sua participação efetiva no mundo do trabalho", explica o documento.

Peso na Previdência

A especialista María Arteta explicou na apresentação do relatória que a presença reduzida das mulheres no mercado leva a prejuízos econômicos para os países.

"Se as mulheres não forem incorporadas ao mercado de trabalho, vai haver um custo". "Se as incorporarmos, o PIB aumenta", explicou.

A funcionária alertou que "nossa população empregada vai diminuir se as mulheres não participarem" do mercado, o que acarreta em um peso crescente nos sistemas de Previdência Social.

O especialista Hugo Ñopo, autor do relatório de 200 páginas, afirmou que para terminar com a desigualdade no mercado de trabalho latino-americano é necessária uma "mudança cultural".

"A mudança cultural é possível, mas demora", afirmou.

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