Cinco lições de liderança de Pep Guardiola para a carreira e os negócios
Treinador do Manchester City é protagonista da final da Liga dos Campeões contra a Inter de Milão, neste sábado 10/6
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Guardiola: obcecado pelas vitórias, mas com a clareza de que nem tudo é perfeito e que derrotas fazem parte da vida (Action Images/Lee Smith/Reuters)

Publicado em 7 de junho de 2023 às, 16h04.
Última atualização em 7 de junho de 2023 às, 17h09.
Quando Manchester City e Inter de Milão entrarem em campo no sábado 10/6 para decidir o título da Liga dos Campeões, o protagonista estará do lado de cá da linha lateral. É Pep Guardiola, o espanhol que comanda o time inglês e tido por 10 entre 10 especialistas como o maior técnico de futebol do mundo.
Guardiola foi um jogador de destaque, capitão do Barcelona e medalhista olímpico com a Espanha em 1992. Mas alcançou outro patamar como treinador. Com o Barcelona, levantou 14 troféus em três anos. Depois, mais sete em três anos no Bayern de Munique. No City, onde chegou em 2017, já foram 13 títulos em seis anos. O mais importante deles pode vir neste sábado.
O sucesso como treinador é tanto que Guardiola virou referência de gestão para além do esporte. No futebol, seu legado é indiscutível. Ele revolucionou o esporte com o chamado "jogo de posição", em que os atletas ocupam espaços delimitados em campo, tocam constantemente a bola e atacam sem parar. Todos sabem jogar, e a técnica se impõe à força bruta.
Mas é na gestão do grupo, e na tomada de decisão sob pressão, que seu legado se consolida em outras esferas, e é material para posts no Linkedin e estudos de caso de escolas de negócio. Com base no livro "Guardiola Confidencial", selecionamos 5 lições de gestão e liderança do espanhol que podem inspirar líderes para além do futebol de alto nível.
1- Abra a cabeça
Guardiola sempre buscou inspiração para além do futebol. No futebol, ele é discípulo do ex-jogador e técnico holandês Johan Cruyff. Mas sua curiosidade o levou a fazer amizade com o russo Gary Kasparov, campeão mundial de xadrez, por exemplo. Kasparov o ajudou a entender a importância da força mental para vencer adversários. Seu auxiliar técnico, por sua vez, é Manuel Estiarte, uma lenda do pólo aquático espanhol, e peça chave para Pep conseguir entender o espírito do vestiário e espalhar a mentalidade vencedora no time, para além dos estrelismos individuais.
2- Duvide de tudo
Segundo o jornalista Martin Pernarau, autor de "Guardiola Confidencial", o treinador busca a perfeição com um método de questionamento constante. Isso faz com que Guardiola se questione o tempo todo se está no caminho certo, se não há outra forma de chegar ao sucesso, analisando inúmeras vezes jogadas, táticas e números. Ele pensa e repensa a escalação e a estratégia antes de grandes jogos, e é conhecido por ligar de madrugada para seus atletas para compartilhar ideias de última hora.
3- Valorize a paixão
Depois de ganhar tudo com o Barcelona, Guardiola aceitou um convite para treinar o Bayern de Munique motivado pela paixão juvenil de estar à frente de um time histórico. Também leva isso a sério na gestão de time. Quando um atleta, mesmo que um astro, se acomoda ou perde a paixão por vencer, Pep busca um substituto. Quando boa parte do elenco perde o brilho nos olhos, como ele diz que aconteceu com o Barcelona, é sinal de que quem deve sair é o comandante. Foi o que ele fez.
4- Seja obcecado. Mas pare
O treinador é conhecido como um obcecado pelo jogo. Seus amigos dizem que há uma "lei dos 32 minutos" quando estão com Guardiola: este é o máximo de tempo que ele consegue falar sobre qualquer tema que não seja futebol. Guardiola dedica tanta atenção ao trabalho, porém, que de tempos em tempos esgota a energia e precisa parar. É o que o levou a encerrar ciclos no Barcelona e no Bayern, e dedicar tempos para esfriar a cabeça. Num mundo que dá cada vez mais valor ao equilíbrio entre vida pessoal, conhecer seus limites é cada dia mais importante, e Guardiola, mesmo que involuntariamente, é exemplo disso.
5- Nem tudo é perfeito
Guardiola é considerado o melhor treinador do mundo mesmo sem levantar o troféu da Liga dos Campeões há 12 anos. Neste período, bateu na trave muitas vezes, e sempre afirmou que jogos decisivos que reúnem dois grandes times, são imprevisíveis. Nestes casos, tira a pressão de seus jogadores ao afirmar que derrotas fazem parte da vida, e do esporte. No ano passado, após ser eliminado pelo Real Madrid, afirmou que "o pior não é viver isso, é estar do sofá assistindo". Disse, ainda, que sofrer um gol aos 45 do segundo tempo é uma situação que complica qualquer planejamento. "Diga qual é a estatística que mostra como os jogadores se sentem naquela hora? Ou você acha que eles queriam deixar aquele cruzamento passar?"
Créditos

Lucas Amorim
Diretor de redação da ExameJornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, começou a carreira no Diário Catarinense. Está na Exame desde 2008, onde começou como repórter de negócios. Já foi editor de negócios e coordenador do aplicativo da Exame.Mais lidas em Carreira
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