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Pessoas em casa, mais livros vendidos? Não, muito pelo contrário

No ano passado, na comparação com 2019, a queda de faturamento de livros foi de 13%

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Mercado de livros teve nova queda de vendas em 2020. (Andrea Mantovani/The New York Times)

Mercado de livros teve nova queda de vendas em 2020. (Andrea Mantovani/The New York Times)

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Bússola

Publicado em 26 de junho de 2021 às, 09h00.

Por Danilo Vicente*

Em tempos de pandemia, com meses sem entretenimento da porta para fora, as pessoas trabalham e vivem em casa – nessa ordem, em grande parte dos casos. Então, é de se imaginar que um refúgio psicológico tenha sido, e ainda seja, um bom livro. Na teoria, sim. Mas, na prática, o mercado de livros teve novamente queda de vendas.

Coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro teve sua série anual atualizada com os números de 2020.

No ano passado, na comparação com 2019, a queda de faturamento total (livros de mercado mais livros para o governo) foi de 13%. Nos últimos 15 anos, esse faturamento despencou 30%. Claro, 2020 teve o impacto do fechamento temporário de livrarias físicas no país. Se já não vinham bem, os espaços físicos ficaram, de maneira geral, às moscas quando puderam reabrir, ou seja, menos uma opção para vendas.

O subsetor literário mais afetado ao longo desses 15 anos foi o de Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP), com queda de 47% nas vendas ao mercado. Em 2020, comparando com 2019, a redução foi de 10,69%.

O mercado comemora – e é para celebrar mesmo – que o subsetor Obras Gerais encolheu somente 1% nas vendas entre 2019 e 2020 (dado positivo, uma vez que o Produto Interno Bruto brasileiro caiu 4,1% no ano passado). Porém, digamos, é um sopro em meio ao furacão que resultou na redução de 37% desde 2006. Se consideradas também as vendas ao governo, Obras Gerais acumula uma queda de 42% em 15 anos.

Os livros didáticos estão vendendo menos: redução de 15% de 2019 para 2020. O motivo é evidente: alunos foram pouco às escolas, então o ensino online não requereu livros em papel.

A religião poderia ser o escape em meio às centenas de milhares de mortes da pandemia? O subsetor de Religiosos teve menos 18% de vendas entre 2020 e 2019, desempenho afetado pela retração nas vendas do canal porta-a-porta, praticamente impossível com o novo coronavírus em alta.

Se todos os segmentos caem, a situação não é boa. Os livros não vão morrer, mas está cada vez mais difícil para o setor.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

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