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Investir no mercado de Cannabis exige coragem, disposição e resiliência

Com todas as mudanças no mundo, 2023 promete grande avanço para quem trabalha com cannabis

Mercado de cannabis promete crescimento no ano que vem. (Bloomberg Creative/Getty Images)

Mercado de cannabis promete crescimento no ano que vem. (Bloomberg Creative/Getty Images)

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Julia Storch

Publicado em 19 de novembro de 2022 às 18h31.

De acordo com pesquisas da New Frontier, até 2023, o Brasil pode atingir cerca de R$ 4,7 bilhões com a exportação de produtos derivados da cannabis. Quando comecei a investir no mercado de cannabis, há 7 anos, havia muitas pedras no caminho. O preconceito por parte do povo brasileiro, a marginalização do cannabis e todo um paradigma imposto pelo governo. Foi difícil chegar e falar pra algum possível parceiro ou investidor “eu trabalho com cannabis” sem receber nenhum olhar de desaprovação.

Apesar dessa dificuldade, desse preconceito, o que me motivou a prosseguir com a The Green Hub foi ver muitas mães lutando na justiça para conseguir medicamentos à base de cannabis para seus filhos. Apesar de na época muitos serem contra a planta, o jurídico do Brasil sempre esteve com a mente aberta, pois sabiam que havia coisas boas para ser extraída da cannabis, e não apenas algo recreativo.

Mas o que seria do Hub sem as parcerias? Como falei anteriormente, havia uma dificuldade enorme em conseguir apoio, muitas empresas não queriam ter seus nomes vinculados a algo como o cannabis, mas apesar disso, sempre existirá algumas que gostam de arriscar. Hoje, é muito mais fácil encontrar fulano e beltrano querendo conhecer este mercado que no Brasil ainda está envolto de preconceitos.

De 2015 pra cá, conseguimos ver um avanço e tanto no país em relação à maconha. Antes, podíamos observar muitas mães com medicamentos presos na alfândega por meses e, às vezes, nem conseguiam receber esses remédios. Hoje, dependendo da situação, é possível receber a flor de cannabis em casa. Houve uma evolução muito boa, porém ainda há paradigmas para serem quebrados por aqui.

Se dermos uma olhada em alguns dados na internet, veremos que a América Latina possui um forte potencial nesta área do mercado, o Brasil, inclusive, poderia ser uma dos maiores exportadores de cannabis do continente. Muitos países onde a maconha é legalizada, tanto a recreativa quanto a medicinal, possuem um certo receio quando empresas da área surgem no Brasil e tentam se fixar no mercado, pois sequer somos vistos no mapa, apenas como um país em potencial. A política do Brasil, muitas vezes, acaba sendo um dos principais fatores deste mercado ter se tornado um tabu.

Não vou contar lorotas, afirmando para quem possui planos em investir no mercado de cannabis que é algo fácil, que é estável. Existem muitos fatores de risco envolvidos. A maneira mais segura de investir na área é através da bolsa de valores e em empresas que já se estabilizaram no ramo. Até mesmo, caso queira arriscar mais, o investidor pode arriscar investindo em uma startup ou começar uma, e a partir disso, buscar parceiros e outros investidores para fazer dar certo. Mas, antes de tudo, é preciso estudar sobre este ramo do mercado e buscar sempre inovações tecnológicas.

Levando em consideração as mudanças do mundo, acredito que em 2023 haverá um excelente avanço do mercado de cannabis não apenas no Brasil, mas também no mundo. Mesmo que eu esteja errado e o crescimento seja mínimo, será uma evolução. Não existem formas de retrocedermos, cada passo é fixo, e isso é o que importa.

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