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É preciso colocar a saúde na linha de frente das empresas

Em artigo, superintendente executiva da Bradesco Saúde fala sobre saúde mental, bem-estar e a necessidade de investimento em saúde para garantir o futuro do trabalho

 54% dos brasileiros rejeitariam uma promoção caso essa resulte num efeito negativo em seu bem-estar (Jirapong Manustrong/Getty Images)

54% dos brasileiros rejeitariam uma promoção caso essa resulte num efeito negativo em seu bem-estar (Jirapong Manustrong/Getty Images)

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Publicado em 20 de setembro de 2023 às 17h30.

Por Maria Beatriz Padilha*

Assim como as novas dinâmicas de trabalho, que influenciam as relações entre empresa e colaborador, as prioridades que determinam a escolha do emprego também vêm mudando. E a saúde ganha cada vez mais destaque nessas decisões. Nos processos seletivos, candidatos buscam se informar sobre a gestão desse assunto pelas companhias, com questões como flexibilidade de carga horária, ações de prevenção e oferta de plano de saúde.  

Há uma série de estudos que confirmam a valorização de benefícios que promovem qualidade de vida, e seus efeitos na atração e a retenção de talentos. A pesquisa “Benefícios: uma nova realidade”, publicada pela Robert Half em 2022, mostra que 99% das pessoas que estão empregadas levam em conta os benefícios na hora de aceitar uma nova proposta de emprego. Entre as desempregadas, o índice também é expressivo (93%). E a assistência médica encabeça a lista de benefícios citados como mais importantes.  

A busca crescente por uma vida equilibrada

Recente pesquisa da PageGroup com 70 mil pessoas no mundo revela que oito em cada dez trabalhadores brasileiros consideram “saúde mental” e “equilíbrio entre rotina pessoal e profissional” essenciais para a cultura das empresas, acima da média de 70% da América Latina. E que 54% dos brasileiros rejeitariam uma promoção de trabalho se entendessem que ela terá efeito negativo em seu bem-estar.  

Entre os pontos de atenção está o burnout, síndrome caracterizada pela exaustão, reconhecida em 2022 como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde, e cujos efeitos para a saúde das pessoas e a produtividade das empresas têm sido cada vez mais tema de debate. Segundo estudos da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), 30% dos profissionais brasileiros sofrem de burnout, e o Brasil é o segundo país com mais casos no mundo, atrás apenas do Japão.  

Nesse cenário, ganha força o conceito de “Work-life Wellness”, ou seja, a defesa da flexibilidade e do equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira. A cultura organizacional deve ser voltada para boas práticas nesse campo, com espaço para a diversidade e para experiências humanizadas, além do apoio necessário para a qualidade de vida dos profissionais.    

Fato é que não há mais dissociação entre as prioridades pessoais e as das empresas. O papel do ambiente de trabalho, com iniciativas de prevenção e promoção da saúde, é tão determinante quanto às escolhas individuais, como atividades físicas, alimentação saudável e mindfulness, por exemplo. A saúde é tema de interesse geral: de colaboradores, empresas e suas lideranças, sobretudo na abordagem das questões ligadas à ansiedade e depressão.  

É fundamental que todo e cada colaborador sinta-se respeitado e valorizado, com total condição de equidade, reconhecimento, capacitação e desenvolvimento. O sucesso dos negócios também começa pela satisfação e felicidade de seus funcionários, com a contribuição de um ambiente saudável, equilibrado, diverso e inclusivo.  

*Maria Beatriz Padilha é superintendente executiva da Bradesco Saúde  

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