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Vai faltar água em SP com a greve na Sabesp? Diretora da empresa detalha situação

A principal reivindicação dos trabalhadores é pela paralisação dos processos de privatização das linhas de transporte e da rede de água e esgoto do estado

Sabesp: empresa propõe aumentar tarifa para consumo de até 10 metros cúbicos (foto/Divulgação)

Sabesp: empresa propõe aumentar tarifa para consumo de até 10 metros cúbicos (foto/Divulgação)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 3 de outubro de 2023 às 10h00.

Os sindicatos dos funcionários do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) entraram em greve de 24 horas nesta terça-feira, 3, contra os projetos de privatização em discussão pelo governo Tarcísio de Freitas.

Desde do início da manhã, as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata não funcionam. Na CPTM, as linhas 7-rubi, 10-turquesa, 11-coral, 12-safira e 13-jade estão operando parcialmente ou estão fechadas. Ainda não estava claro qual seria o impacto da paralisação na Sabesp para a população. 

Em entrevista coletiva no início da manhã, Sabrina Menezes, diretora da Sabesp, disse que a paralisação dos trabalhadores da empresa não afeta o fornecimento de água no estado. "Operação está normal. Não tivemos nenhuma dificuldade de acesso e nem de troca de turno. Temos um plano de contingência que ainda não precisou ser acionado", disse.

A principal reivindicação dos trabalhadores é pela paralisação dos processos de privatização das linhas de transporte e da rede de água e esgoto do estado. Os três sindicados exigem que a gestão estadual interrompa os processos de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirização do Metrô e consulte a população por meio de um plebiscito sobre as entrega das empresas estatais à iniciativa privada. Eles afirmam que a concessão de linhas de transporte e da rede de água e esgoto vão piorar a qualidade dos serviços. E citam, como exemplo, o aumento das falhas nas linhas 8 e 9 da CPTM após a concessão à ViaMobilidade.

Privatização da Sabesp

Em julho, Tarcísio anunciou uma oferta adicional de ações (followon) e investimento de R$ 66 bilhões. O governo estadual agora negocia com os os municípios e articula apoio para votar o processo de desestatização na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) até o fim do ano. 

Em entrevista à Bloomberg, o presidente da maior concessionária de água e esgoto da América Latina, André Salcedo, afirmou que há uma “janela potencial” para a oferta de ações a partir de meados de maio, quando a Sabesp publica seus resultados financeiros do primeiro trimestre. “Então até meados de agosto é possível realizar a transação.” A Sabesp tem um valor de mercado de cerca de R$ 42 bilhões e o estado detém uma participação de 50,3%.

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