Brasil

União estável ultrapassa o casamento formal pela 1ª vez no Brasil

Levantamento do IBGE mostra que o número de uniões estáveis cresce enquanto os casamentos formais diminuem, revelando uma mudança no comportamento dos brasileiros

As uniões homoafetivas eram o principal grupo sem registros formais em 2022. (MoMo Productions/Getty Images)

As uniões homoafetivas eram o principal grupo sem registros formais em 2022. (MoMo Productions/Getty Images)

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 10h00.

Última atualização em 5 de novembro de 2025 às 16h51.

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A união estável, quando o casal mora junto sem passar pelo casamento civil ou religioso, ultrapassou pela primeira vez o modelo formal no Brasil.

Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, 5.

De acordo com o novo levantamento, 38,9% das pessoas em união conjugal viviam em união estável em 2022, marcando uma virada no comportamento dos brasileiros.

Segundo a análise temporal, esse grupo representava 26,6% em 2000, passou por 36,4% em 2010, e agora assume a liderança de forma inédita.

Idade e renda influenciam a escolha

A união estável é mais comum entre os jovens, chegando a 28,5% na faixa de 30 a 39 anos, em que essa modalidade tem a maior representação.

Em um grupo abaixo, com pessoas de 20 a 29 anos, o percentual também é elevado (24,8%), evidenciando que as novas gerações têm preferido esse modelo.

Já entre idosos com 60 anos ou mais, a união consensual despenca para 8,8%, mantendo o casamento formal como predominante.

Outro fator diretamente ligado a essa mudança de cenário tem relação com as condições econômicas dos casais. Segundo o Censo, entre quem ganha até meio salário mínimo, 52,1% vivem uma união estável.

Conforme a renda aumenta, esse percentual cai drasticamente, chegando a apenas 2,4% na faixa de cinco salários mínimos ou mais.

Pessoas não brancas predominam na modalidade

A união consensual também varia significativamente por cor ou raça, segundo os dados:

  • Indígenas: 56% vivem em união estável, o maior percentual entre todos os grupos;
  • Pardos: 43,8% optam por essa modalidade;
  • Brancos: 39,5%, embora o casamento formal ainda seja mais comum neste grupo.

Religião e distribuição regional

De acordo com o levantamento do IBGE, a filiação religiosa também influencia na hora de formalizar a união.

  • Sem religião: 62,5% vivem em união estável;
  • Católicos: 40,9% optam pela modalidade;
  • Evangélicos: 28,7%, o menor percentual entre os grupos.

Em termos regionais, o Norte e o Nordeste concentram os maiores índices, sendo que o Amapá lidera o ranking nacional com 62,6% dos casais vivendo nessa modalidade. Paralelamente, São Paulo registrou o menor percentual do país, com apenas 29,9%.

Vale destacar também que a modalidade varia drasticamente entre as configurações de gênero dos casais. Segundo os dados do IBGE, as uniões homoafetivas eram o principal grupo sem registros formais em 2022, com 77,6%.

Acompanhe tudo sobre:Censo 2022

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