Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Uma empresa terceirizada que recebia R$ 1,083 milhão por mês do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para manter os serviços de controle de portaria de fóruns na capital e de ascensoristas da Corte está sendo acusada de dar o calote em seus funcionários. A S & G fechou suas portas repentinamente e apanhou a direção do tribunal de surpresa.

Ao todo, 400 trabalhadores do tribunal e de órgãos do Judiciário na capital ficaram sem receber nada. O TJ-SP bloqueou verbas destinadas à empresa para honrar os salários.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

A S & G mantinha dois contratos com o Judiciário paulista. O dos ascensoristas teve início em 19 de abril de 2021. Já o de serviços de “controle, operação e fiscalização de portarias e edifícios”, foi assinado em 16 de novembro de 2020. A Corte pagou valores mensais à empresa desde o começo do contrato - R$ 69.315,46 no de ascensoristas e R$ 1.013.839,05 no segundo. ”Nós vamos cobrar o que devem aos trabalhadores”, afirmou Moacyr Pereira, diretor financeiro do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo (Siemaco).

Funcionários de 34 fóruns e outras unidades do Judiciário na capital foram afetados, como os 32 controladores de acesso que prestavam serviços na portaria do TJ-SP. Eles contaram que a S & G “sumiu do mapa sem dar satisfações”. “É inaceitável que uma empresa simplesmente desapareça, deixando seus funcionários nessa situação de vulnerabilidade”, afirmou André Santos Filho, o presidente do sindicato, cuja base tem cerca de 130 mil trabalhadores na capital. O Estadão não conseguiu localizar os representantes da empresa ou seus advogados.

Com o imbróglio, a Corte decidiu, preliminarmente, notificar a empresa para regularização da inadimplência. “Como não houve a regularização, a contratada foi notificada sobre a possibilidade de aplicação das sanções contratualmente previstas, por meio de um processo administrativo”, informou a Corte. Ainda de acordo com o tribunal, outras ações foram tomadas, “como um novo pedido de contratação e proposta de rescisão unilateral”. “A sanção administrativa está sendo tratada em processo apuratório autuado por descumprimento contratual.”

“Esse caso é um absurdo. Ocorre frequentemente em empresas terceirizadas. Colocam a empresa em nome de laranjas, mergulham no preço na licitação (oferecem um preço inexequível, para vencer a disputa), ganham o contrato, recebem e depois dão o calote. Ainda neste caso, o tribunal bloqueou as duas faturas para honrar as dívidas trabalhistas”, afirmou Moacyr Pereira.

Concluída a apuração, e, caso sejam constatados danos ao erário e ao tribunal, o TJ encaminhará os autos à Procuradoria Geral do Estado, que deve designar um procurador para ingressar com a ação em nome da Fazenda do Estado de São Paulo contra a empresa. Pela legislação trabalhista, o tribunal tem responsabilidade subsidiária ao contratar a empresa terceirizada. Já a Lei das Licitações, modificada em 2021, permite que o tribunal deduza os valores devidos aos trabalhadores dos pagamentos que teria que fazer à empresa.

Veja a nota do Tribunal de Justiça de São Paulo:

“A contratada deixou de pagar os salários e benefícios de seus colaboradores referentes ao mês de agosto, que deveriam ter sido pagos no 5º dia útil do mês de setembro. O Tribunal de Justiça vai pagar os salários destes empregados na forma do artigo 121, parágrafo 3º, inciso IV da Lei 14.133/2021 (nova Lei de Licitações)”.

O TJ não tem até agora notícia da formalização das rescisões de trabalho dos colaboradores. Questionado pelo Estadão, o Tribunal informou que a empresa era “responsável pelo controle de ponto, depósitos e emissão de holerites”. “O Tribunal de Justiça, pelos fiscais de contrato, tem o dever de fiscalizar a prestação de serviços. Assim, mensalmente, a contratada apresenta a prova de cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias, principais e acessórias, incluída a comprovação de pagamento de salários e benefícios devidos aos empregados, juntamente com o documento fiscal”, explicou a Corte.

Créditos

Últimas Notícias

Ver mais
Onde fica o número da CNH: saiba para que serve este dado

Guia do Cidadão

Onde fica o número da CNH: saiba para que serve este dado

Há 3 horas

Mendonça vota contra pedido do governo para regularizar precatórios

Brasil

Mendonça vota contra pedido do governo para regularizar precatórios

Há 3 horas

Quem pede demissão tem direito ao seguro-desemprego? Entenda como funciona a rescisão

Guia do Cidadão

Quem pede demissão tem direito ao seguro-desemprego? Entenda como funciona a rescisão

Há 3 horas

PGR denuncia governador do Acre por corrupção e pede seu afastamento

Brasil

PGR denuncia governador do Acre por corrupção e pede seu afastamento

Há 5 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Com itens personalizados, Tramontina usa expertise para aproveitar alta dos presentes de fim de ano

Com itens personalizados, Tramontina usa expertise para aproveitar alta dos presentes de fim de ano

Suvinil investe para criar embalagens e produtos mais sustentáveis

Suvinil investe para criar embalagens e produtos mais sustentáveis

Inovação em nuvem e IA: a aposta da Huawei Cloud para o Brasil

Inovação em nuvem e IA: a aposta da Huawei Cloud para o Brasil

Poupança, CDB ou conta que rende? O que especialistas dizem sobre as aplicações
Minhas Finanças

Poupança, CDB ou conta que rende? O que especialistas dizem sobre as aplicações

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais