Acompanhe:

Recurso de Lula na Justiça mobiliza juízes por mais segurança

Magistrados foram a Brasília nesta segunda-feira, 15, para discutir medidas a serem adotadas durante a análise da apelação do petista

Modo escuro

Continua após a publicidade
Lula: ex-presidente será agora julgado pela 8.ª Turma Penal do TRF-4 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Lula: ex-presidente será agora julgado pela 8.ª Turma Penal do TRF-4 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

A
Amanda Pupo, Rafael Moraes Moura, Carla Araújo e Fabio Leite, do Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às, 09h50.

Brasília / São Paulo - O julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcado para o dia 24, mobiliza associações de magistrados e o presidente do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores, por mais segurança em Porto Alegre.

Ele e magistrados foram a Brasília nesta segunda-feira, 15, para discutir medidas a serem adotadas durante a análise da apelação do petista.

Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, no âmbito da Lava Jato.

Ele será agora julgado pela 8.ª Turma Penal do TRF-4, que, segundo Thompson Flores, tem recebido ameaças. O órgão é composto por três desembargadores federais.

Thompson Flores e o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Roberto Veloso, estiveram nesta segunda, separadamente, com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.

O desembargador federal também relatou preocupações com a segurança do julgamento em reunião com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e com o general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

O presidente do TRF-4 não deu declarações à imprensa nesta segunda. Na semana passada, ele havia enviado ofício ao STF e à PGR com relatos de ameaças. Thompson Flores também já relatou o problema a deputados petistas durante audiência no tribunal, na Sexta-feira.

Veloso, que também esteve com Cármen Lúcia, encaminhou ofícios ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Ministério da Justiça nos quais pede medidas para garantir a segurança em Porto Alegre.

Com ameaças contra desembargadores federais nas redes sociais, o presidente da Ajufe também solicitou ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, com "a maior urgência possível", uma investigação.

Para o presidente da associação de magistrados, criou-se um "alarde desnecessário" em torno do julgamento de Lula, uma vez que ainda caberá recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo.

"Há ainda um caminho processual muito grande a ser trilhado. Mas é preciso que a magistratura tenha condições de independência e tranquilidade para proceder o julgamento", afirmou.

Veloso admitiu que está apreensivo com a preservação das instalações do TRF-4 e com a segurança dos desembargadores federais.

"Esse caso está tomando uma proporção que nunca se tomou no Brasil, se está querendo a convocação de militantes para haver uma pressão e até se chegar às vias de fato. Isso é o que não podemos conceber. Se o Brasil é uma democracia e existe um devido processo legal, por que se vai então partir para a violência a fim de interferir no julgamento do processo?", questionou Veloso, ao deixar o edifício-sede do STF.

"Pretendemos emprestar todo o apoio da associação aos magistrados para que eles possam julgar com independência. Porque se nós temos julgamentos em que o que conste não seja a prova dos autos e, sim, a pressão que se exerce sobre a magistratura, não estamos mais em um Estado democrático de direito, mas em um Estado de opressão", afirmou Veloso.

Integridade

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Feliciano, que também esteve na audiência, o encontro desta segunda, foi uma ação "profilática" para "garantir a integridade e a independência dos juízes" que vão julgar Lula.

"Evidentemente que toda manifestação pacífica e ordeira é democrática, constitucional e muito bem-vinda, porque mostra que o País não vive sob repressão. Mas a possibilidade de um movimento agressivo causa preocupação e deve ser combatida", disse.

Segundo ele, Cármen Lúcia afirmou que já sabia da apreensão da categoria com relação ao julgamento em Porto Alegre e disse que fará o que estiver ao seu alcance para que a ordem seja preservada.

No STF, a avaliação é de que o julgamento é dos mais delicados, por envolver Lula e ter impacto direto nos rumos da eleição.

Ameaças

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disseque, caso sejam comprovadas as ameaças a desembargadores, a Polícia Federal pode ser acionada. "Mas, oficialmente, não houve esse pedido, por isso não há essa decisão."

Torquato afirmou ainda que a Força Nacional estará em Porto Alegre no dia do julgamento com a missão de preservar e proteger os prédios públicos e a Polícia Rodoviária Federal está "engajada em fiscalizar as rodovias" para evitar tumultos.

"A PF atua na precaução. É uma precaução natural, assim como houve em Curitiba", disse, referindo-se ao depoimento de Lula na capital paranaense. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimas Notícias

Ver mais
Rosa Weber aceita indicação para Tribunal de Revisão do Mercosul
Brasil

Rosa Weber aceita indicação para Tribunal de Revisão do Mercosul

Há 11 horas

Dividendos da Petrobras: MP junto ao TCU pede que tribunal apure interferência do governo Lula
Brasil

Dividendos da Petrobras: MP junto ao TCU pede que tribunal apure interferência do governo Lula

Há 11 horas

Governo lança plano contra fraudes no Cadastro Único e Bolsa Família
Brasil

Governo lança plano contra fraudes no Cadastro Único e Bolsa Família

Há 14 horas

Tarcísio e Caiado se reúnem com Netanyahu em Israel após crise com Lula
Brasil

Tarcísio e Caiado se reúnem com Netanyahu em Israel após crise com Lula

Há 14 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais