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Nunes, Boulos e Marçal usam debate na Record para fixar números na urna na mente dos eleitores

Debate deste sábado foi marcado pelo reforço de seus números, que não são os tradicionais com os quais o eleitor paulistano está acostumado

Debate na Record: propostas, críticas e números (CHAHESTIAN/Record/Divulgação)

Debate na Record: propostas, críticas e números (CHAHESTIAN/Record/Divulgação)

Publicado em 29 de setembro de 2024 às 09h41.

Última atualização em 30 de setembro de 2024 às 09h54.

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Os candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo escolheram — e foram obrigados pelas regras — a evitar xingamentos no debate da TV Record realizado neste sábado para não perder tempo de fala. No lugar disso, além de críticas aos adversários e apresentação de propostas, eles decidiram transmitir ao eleitor uma informação importante nesta reta final da campanha: o número da chapa na urna.

Com as pesquisas mostrando um cenário apertado, os três candidatos embolados no primeiro pelotão da disputa querem fixar seus números de votação na mente do eleitor para não perder nenhum voto no dia 6 de outubro.

A campanha deste ano em São Paulo tem uma peculiaridade, com apenas o apresentador José Luiz Datena (PSDB) utilizando um número com histórico de vitória na cidade. O PT e o DEM (atual União Brasil, após fusão com o PSL), que venceram eleições nos últimos anos, não estão na disputa.

Os candidatos, então, decidiram utilizar toda e qualquer oportunidade para reafirmar qual é o seu número na urna. Todos, exceto o apresentador José Luiz Datena (PSDB), estavam com adesivos no peito com o seu número.

Segundo o último Datafolha, divulgado na quinta-feira, 42% dos eleitores na cidade não sabem o número de seus candidatos. Cerca de 10% erraram o número quando questionados, e 48% sabem o número dos seus candidatos.

O levantamento mostra que eleitores de Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) conhecem mais o número de seus candidatos, com percentuais acima de 60% para cada.

Mesmo com a taxa de conhecimento, ambos candidatos gastaram parte importante do seu tempo no debate para reforçar a informação ao eleitor.

Marçal, a cada oportunidade de fala no debate, mencionava que o seu número era 28, repetindo-o, inclusive, várias vezes nos segundos finais das suas considerações.

Boulos também reforçou que seu número é 50. O seu caso requer atenção maior: ele tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, cujo número 13 tem muita força no imaginário eleitoral.

Marçal tentou em duas oportunidades insinuar que o número de Boulos era 13, numa suposta tentativa de confundir o eleitor do deputado federal. Caso o eleitor vote 13 na disputa para São Paulo, o voto seria anulado, dado que não há candidato petista e diferentemente dos cargos legislativos não se pode votar para uma sigla na eleição majoritária.

Perguntado na coletiva após o debate sobre a tática de Marçal, o deputado disse que todos sabem que o número dele é 50 e não se preocupa com a suposta confusão. Logo depois, fez 50 com a mão para as emissoras de TV que captavam as imagens.

Nunes tem o maior desafio

No caso de Nunes, 48% dos eleitores citam o seu número corretamente. Por isso, o candidato também fez um grande esforço para reforçar que seu número é 15, aproveitando o final de algumas respostas para repeti-lo.

O atual prefeito tem o maior desafio entre o candidatos mais bem posicionados para fazer com o que o eleitor lembre do seu número.

Segundo Cila Schulman, presidente do instituto Ideia, durante o programa Eleições 2024 da EXAME, o incumbente deve aproveitar, além do debate, o seu vasto tempo de TV para reforçar ao eleitor o seu número. O emedebista tem mais de 60% do tempo total e diversas inserções durante o dia.

Debate com maior audiência da campanha

O debate da emissora paulista foi o de maior audiência nesta campanha até o momento, alcançando média de 7,5 pontos na Grande São Paulo, segundo a TV Record. Cada ponto de audiência representa 100 mil televisores ligados.

É importante lembrar que, caso o eleitor digite o número errado na urna e confirme, o voto é considerado nulo. Assim como o voto em branco, ele não é válido e, por isso, não é contabilizado e não influencia no resultado final.

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