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Moraes vota pela rejeição de suspeição e pedidos de anulação de defesas do núcleo 2

Primeira Turma do STF decide nesta terça-feira sobre denúncia contra acusados do segundo núcleo de acusados por tentativa de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, durante sessão do STF  (Antonio Augusto/Secom/TSE/Flickr)

O ministro Alexandre de Moraes, durante sessão do STF (Antonio Augusto/Secom/TSE/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 22 de abril de 2025 às 12h42.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra a suspeição dos ministros que julgam o recebimento da denúncia contra o segundo núcleo da trama golpista. Moraes é o relator da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. A Primeira Turma do Tribunal começou a julgar o segundo núcleo da acusação, contra os investigados apontados como responsáveis por operacionalizar a tentativa de golpe decidida pela cúpula do governo Bolsonaro.

— Nós já afastamos qualquer impedimento, suspeição, ausência de imparcialidade para que se possa julgar todos os fatos, ou seja, em relação a todos os núcleos. Já fizemos aqui e o Plenário já havia julgado por maioria essa questão e recentemente, só para reforçar, na sessão de 14 de abril, o Plenário do Supremo Tribunal Federal novamente por maioria rejeitou o agravo regimental afastando da mesma forma qualquer comprometimento da imparcialidade desse relator, do ministro Flávio Dino e de vossa excelência, Presidente (Cristiano Zanin) — afirmou Alexandre de Moraes.

Todos os ministros seguiram o voto de Moraes em relação à possível parcialidade dos três ministros (Moraes, Dino e Zanin) para o julgamento da ação.

Na primeira parte do julgamento, a Primeira Turma já recebeu a denúncia contra Bolsonaro e sete aliados pela tentativa de permanecer no poder apesar da derrota eleitoral para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022.

No segundo núcleo, são acusados o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, pelo general da reserva Mario Fernandes, pelo ex-assessor da Presidência, Filipe Martins e outras três pessoas.

Segundo a denúncia, o segundo núcleo é formado por integrantes da administração Bolsonaro que ocuparam "posições profissionais relevantes" e "gerenciaram as ações elaboradas pela organização".

A PGR aponta que Silvinei e os ex-diretores do Ministério da Justiça, Marília Alencar e Fernando Oliveira usaram a estrutura da PRF para impedir ou dificultar o voto em regiões em que o presidente Lula teve a maioria dos votos.

Silvinei nega que os bloqueios da PRF focaram em apoiadores de Lula e sustenta que não houve impacto na votação. Marília Alencar e Fernando Oliveira também negam qualquer atuação direcionada ou omissiva.

Já o general da reserva Mario Fernandes e o ex-assessor Marcelo Câmara foram responsáveis, segundo a PGR, por ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, incluindo o plano de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Os advogados de Fernandes não negam a existência do documento, mas alegam que ele não foi entregue a ninguém. A defesa de Câmara diz que os dados citados por ele foram obtidos por fontes abertas.

Por fim, a PGR também acusa Filipe Martins de ser o responsável pela apresentação do projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais no país. A defesa de Martins nega relação com a chamada "minuta do golpe".

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