Moradores reclamam de abordagens das Forças Armadas na Rocinha
A comunidade permanece ocupada; os moradores reclamam do excesso de revistas e até de agressões verbais e físicas
(Ricardo Moraes/Reuters)
23 de setembro de 2017, 14h51
O trabalho das Forças Armadas na Rocinha, em apoio às operações das polícias Civil e Militar, está interferindo na rotina dos moradores, que reclamam do excesso de revistas e até de agressões verbais e físicas. Neste sábado (23), a comunidade permanece ocupada.
"Ser revistado não é o problema. O pior é o esculacho [desrespeito]. Hoje mesmo já apanhei duas vezes. Levei chutes na canela. Se pudesse, eu revidava", reclamou um jovem, na parte baixa da comunidade, ao lado de uma quadra esportiva.
Outro morador, que acabava de ser revistado por homens da Polícia do Exército (PE), estava indignado: "Não tenho nada a ver com isso aí", protestou, dizendo que já era a segunda revista do dia.
No mesmo local, ao lado da quadra esportiva, que fica na saída do Túnel Zuzu Angel, uma briga entre dois homens que bebiam num bar foi dispersada por homens da PE com uso de gás de pimenta. Porém, o gás se espalhou com o vento e atingiu um grupo de mulheres e crianças, incluindo dois bebês de seis meses e quatro meses.
"Foi horrível. Eu vomitei e o meu bebê está com o rosto todo vermelho", reclamou uma das mães.
O sargento da PE que disparou o gás explicou que apenas usou força proporcional e que a alternativa do gás é melhor do que o contato físico. "Se nós intervimos, um dos homens pode agarrar nossas armas. Infelizmente o vento não foi favorável", explicou o sargento.
Caveirão atropela moto
Em outro ponto da comunidade, conhecido como Largo do Boiadeiro, um blindado da Polícia Militar (PM), conhecido como Caveirão, passou por cima da moto de um mototaxista.
"O prejuízo passa de R$ 3 mil. Empenou o chassis, quebrou a balança e a pedaleira. Dependo desse trabalho para sustentar minha família", reclamou Henrique Gonçalves de Araújo.
O Comando Militar do Leste (CML) foi procurado, mas até a publicação desta matéria não havia se pronunciado sobre a reclamação dos moradores. A PM também foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre a questão da moto.
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